Cidades

Contra assaltos, dinheiro pode ser eliminado dos ônibus

Redação | 22/02/2010 10:00

Diante do crescimento do número de assalto aos ônibus do transporte coletivo urbano, a Agetran (Agência de Transporte e Trânsito) de Campo Grande estuda uma medida radical: eliminar a presença de dinheiro nos veículos.

A proposta foi feita na manhã desta segunda-feira ao diretor-presidente da agência, Rudel Trindade, durante reunião com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo, Demétrio Ferreira Freitas, e o presidente da Assetur (Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano), João Rezende.

A decisão, se for tomada, vai impor ao usuários o uso sistemático do cartão para pagamento das passagens. O presidente da Agetran diz que isso já ocorre em cidades como Joinvile (SC) e Sorocaba (SP). Segundo ele, a forma como isso é feito vai ser analisada.

Rudel diz que a Agetran também vai avaliar, junto ao público usuário dos ônibus, o porquê de ainda optarem por dinheiro, apesar de ficar mais barato e mais prático usar o cartão, segundo ele. O cartão permite, por exemplo, a integração das linhas, o que o pagamento em dinheiro não possibilita.

A Agetran também anunciou a intenção de fazer campanhas para estimular a utilização do cartão, com previsão de usar, por exemplo, grupos de teatro dentro dos ônibus.

O presidente da Assetur, João Rezende, afirma que os passageiros têm várias opções para comprar crédito para os cartões, que vão desde os terminais até o comércio e a internet, no site da Associação, o www.assetur.com.br.

Perigo constante - A reunião foi marcada depois que os trabalhadores fizeram protesto, na sexta-feira, por causa do alto número de roubos que tem ocorrido nos ônibus. Na semana passada, um motorista chegou a ser esfaqueado. Em janeiro, conforme os dados da Assetur, o número de assaltos aos motoristas dos coletivos aumentou mais de 100% em relação ao mesmo período do ano passado, a despeito das medidas de segurança adotadas, entre elas a instalação de câmeras nos coletivos.

Conforme o presidente do sindicato dos trabalhadores, o fato de os motoristas atuarem sozinhos em 90% das linhas torna o trabalho ainda mais inseguro. Em horários mais movimentados, comenta Demétrio, eles têm de cuidar da direção, observar as portas para evitar acidentes, e ainda lidar com o dinheiro dos passageiros que não usam cartão.

Segundo Demétrio, um outro problema é que já é de conhecimento dos ladrões que costumam agir nos ônibus o fato de que há sempre uma quantia reservada para o troco aos passageiros.

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