Cidades

Conselho Nacional vai investigar gravações em presídio

Redação | 24/03/2010 18:00

O Conselho do Ministério Público instaurou processo para investigar as denúncias de gravações ilegais de áudio e vídeo feitas dentro do Presídio Federal de Campo Grande.

Matérias divulgadas pelo Campo Grande News em 2009 revelaram as suspeitas de que equipamentos foram instalados em salas de visita íntimas e espaço destinado a conversas com advogados.

Após a OAB (Ordem dos Advogados) de Mato Grosso do Sul tomar conhecimento das denúncias, foi feita notificação ao Conselho Nacional de Justiça e ao CNMP.

Depois de analisar as informações repassadas pela OAB/MS, o Conselho resolveu instaurar inquérito, por considerar que os relatos "são gravíssimos, e nos fazem relembrar episódios tristes da história recente do Brasil, em que liberdades públicas eram sumariamente afastadas pelos ditadores detentores do poder. Subtraindo-se a inviolabilidade e as prerrogativas dos advogados, sucumbe todo o Estado Democrático de Direito", informa assessoria da OAB em nota divulgada no site da instituição.

Segundo a OAB/MS, já foi solicitada, inclusive, vistoria no Presídio Federal de Campo Grande por membros do Conselho. A mesma denúncia foi feita pela entidade ao Conselho Nacional de Justiça.

A Polícia Federal já investiga a gravação ilegal de imagens de visitas íntimas no Presídio Federal de Campo Grande. Em dezembro de 2008, vídeos foram apreendidos em casas de agentes penitenciários federais.

O Campo Grande News apurou que equipamentos profissionais foram instalados nas salas de visita íntima, onde os presos recebem as esposas e namoradas.

O sistema de monitoramento usado indica que o processo de instalação não ocorreu do dia para noite e por isso é levantada suspeita de que a administração do presídio tinha conhecimento sobre o fato.

O procedimento teria sido usado para evitar a articulação de ações do crime organizado fora da unidade penal que é tida como modelo de segurança máxima no País, com um preso por cela e o único contato entre eles durante o banho de sol diário.

No local estão, além do traficante Fernandinho Beira-Mar, chefes e integrantes de milícias cariocas como a "Liga da Justiça". Até agosto de 2008, o traficante colombiano, Juan Carlos Abadia, também cumpria pena no presídio federal.

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