Cidades

Com medo de morte, mãe deu calmante para filho não sair

Redação | 07/12/2009 16:39

Já avisada de que o filho seria morto por conta de dívida de drogas, Albina Marcos Pegoraro, 51 anos, deu calmante para ele dormir para que não saísse de casa.

No entanto, a solução paleativa não resolveu e o filho dela, Alexander Marcos Leite, 15 anos, foi assassinado por volta de 15h40 desta segunda-feira, no Estrela do Sul, bairro onde morava.

Albina chegou desesperada ao local onde o corpo do filho estava estendido. Ela gritava e pedia para se aproximar do cadáver do filho mais novo e lamentou: "tanto que eu avisei para ele", revelando que o garoto já havia sido advertido sobre o que poderia acontecer.

Moravam só os dois, porque o mais velho "é trabalhador, mora sozinho", diz o tio Ademir Marcos Pegoraro, de 52 anos, e o pai deles morreu de câncer há oito anos.

A mãe de Alexander suspeita que o filho tenha sido morto pela "gangue do beco do Imperial", bairro vizinho ao Estrela do Sul.

Segundo Albina, Alexander contou a ela que estava sendo ameaçado de morte e pediu para ser internado em uma clínica de recuperação. Para levar o filho para tratamento, Albina foi trabalhar para conseguir o dinheiro necessário e deixou o filho em casa. "Eu não devia ter ido trabalhar", diz, se culpando pela morte do filho.

O tio de Alexander, Ademir Marcos, conta que o sobrinho fuma maconha há três anos e que na casa da irmã dele já não tinha mais nada porque o garoto vendeu tudo para comprar droga.

"A mãe lutou heim, fez de tudo por esse menino", diz o tapeceiro. Ele conta que Alexander já foi internado várias vezes, mas, sempre fugia. "A última foi há dois meses".

Segundo Ademir, depois que o adolescente foi preso por tentativa de roubo, o comportamento dele piorou. Ele e a irmã afirmam que sabiam que o adolescente poderia morrer a qualquer momento. "Não foi surpresa, nós estávamos esperando já. A droga não tem jeito. Os bandidos já tinham avisado para a mãe".

A perícia esteve no local e constatou apenas um tiro no adolescente, que atingiu a cabeça dele, mas testemunhas alegam ter ouvido pelo menos três disparos.

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