Cidades

Com 250 mil cartas atrasadas, Correios fazem mutirão no feriado

Mariana Lopes | 10/10/2013 17:18
Funcionários dos Correios ficaram 22 dias em greve (Foto: Marcos Ermínio)
Funcionários dos Correios ficaram 22 dias em greve (Foto: Marcos Ermínio)

Depois da greve de 22 dias, o feriado de amanhã (10) e sábado (12) será de muito trabalho para os funcionários da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) de Mato Grosso do Sul, que irão fazer um mutirão para colocar em dia as 250 mil correspondências atrasadas.

No Estado, segundo a assessoria de imprensa dos Correios, a média é de 360 mil objetos postais entregues por dia. O valor acumulado durante a greve será distribuído em meio ao volume diário, e a previsão é de que até a próxima sexta-feira (18) a entrega de correspondências esteja normalizada.

Por determinação do TST (Tribunal Superior do Trabalho), os funcionários da ECT voltaram ao trabalho hoje (10). Em nota oficial à imprensa, os Correios informou que não descontarão os dias dos trabalhadores que estavam paralisados. As faltas serão compensadas com duas horas extras, de segunda a sexta-feira, em até 180 dias após o término do movimento de paralisação. Segundo a empresa, a medida respeita "os trabalhadores que continuam em atividade normalmente e à sociedade brasileira, prejudicada pela paralisação parcial nos Correios”.

De acordo com o diretor regional dos Correios em Mato Grosso do Sul, João Rocha, 92% dos trabalhadores do Estado permaneceram trabalhando durante toda a paralisação, o que, para ele, minimizou os transtornos. Um dos serviços que não foi prejudicado, conforme informações da assessoria de imprensa da empresa, foi o Sedex, pois não houve adesão nos setores de entrega de encomendas.

Para o secretário-geral do Sintect (Sindicato dos Trabalhadores nos Correios, Telégrafos e Similares), Alexandre Takashi de Sá, a decisão do TST em relação ao aumento do salário e dos benefícios foi muito abaixo do esperado pela categoria.

Por outro lado, os trabalhadores enxergam como uma vitória o fato de o plano de saúde continuar sendo administrado pelos próprios funcionários dos Correios, e não ter sido tercerizado, conforme a empresa ameaçou de fazer.

Sobre a reposição das horas correspondentes aos dias de greve, que os trabalhadores terão que pagar, o Sintect orienta que seja cumprida. Os dias parados devem ser compensados de segunda a sexta-feira, em até duas horas extras por dia, no prazo de 180 dias.

O TST acatou a proposta dos Correios e manteve o reajuste oferecido pela empresa, de 8% nos salários (reposição da inflação do período, de 6,27%, com ganho real de mais de 1,7%) e de 6,27% nos benefícios; vale-extra no valor de R$ 650,65, a ser creditado em dezembro e Vale-Cultura dentro das regras de adesão ao programa implementado pelo Governo Federal.

 

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