Cidades

Cido nega assassinato de Dudu e garante ser vítima

Redação | 30/04/2009 16:26

Mesmo frente a frente com dois dos seis acusados de crime bárbaro contra o menino Dudu, José Aparecido da Silva, o Cido, não mudou a versão, negando qualquer responsabilidade sobre o assassinato do garoto, no dia 22 de dezembro de 2007.

Segundo a Polícia, ele ouviu as acusações de dois adolescentes que confessaram participação e o apontam como mentor do crime, mas nada fez o homem admitir a autoria.

Ao conversar com jornalistas, a mesma história é sustentada. Aparentemente tranquilo, usando bermuda, camiseta e chinelos, o ex-padrasto garante que é vítima da família de outro acusado, do jovem Holly Lee de Souza, de 22 anos. "O pai dele não gosta de mim", justifica.

Em uma cela do Garras, desde o dia 13 de março, Cido diz que a prisão foi uma surpresa. "Sempre me chamavam para prestar esclarecimentos, mas vi que era diferente porque me algemaram", lembra.

Ele foi pego na casa de um irmão, no Conjunto Aero Rancho, e diz que nunca soube de mandado de prisão expedido contra ele.

Para Cido, tudo é fantasia. Nada relatado pelos comparsas ou pela Polícia é confirmado. "Só porque eu tenho cabelo branco dizem que eu sou pai de santo, mas eu nunca fui de macumbaria", garante sobre a informação de que ritual macabro foi feito no momento da morte, como forma de vingança contra a mãe de Dudu, ex-mulher de Cido.

Embora diga isso, parentes dele confirmam a atuação de Cido como pai de santo, diz a delegada responsável pelo caso, Maria de Lourdes Cano.

Sobre Dudu, o ex-padrasto não demonstra reação. Diz que o menino era "bem educado" e emenda "quando morava comigo, ele não ficava pela rua sozinho, não".

Sobre afeto, Cido é sucinto: "era uma criança, né".

O ex-padrasto diz, inclusive, que não teria motivo para assassinar o garoto, que para a Polícia seria por vingança contra a mãe que há havia rompido a relação. "Quem terminou fui eu, porque ela resolveu ser garçonete. Um dia dormiu fora de casa e eu decidi terminar".

Presos - Hoje ele foi levado ao Cepol, onde a Polícia esclareceu o caso à imprensa. Em uma sala ao lado, outra presa, conhecida como Marlene, aguardava a conversa com jornalistas.

Um detalhe chamou a atenção, sempre que percebia a movimentação de algum dos acusados, a mulher entrava em desespero. "Não deixe ele me ver, não deixe ele me ver".

Sobre a participação no crime, para a Polícia, Marlene assistiu ao espancamento de Dudu e teve a chance de evitar o assassinato, mas além de não ter qualquer reação, ainda mentiu em depoimento, dizendo que não sabia de nada.

Ao reponder porque disse até aos jornalistas, dias depois do desaparecimento do menino em 2007, que havia visto Dudu depois do dia 22, Marlene argumenta: "Era eu quem estava sendo ameaçada."

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