Cidades

Chefão do tráfico em MS pretendia 'fuga de cinema' para genro preso

Aline dos Santos | 07/06/2017 13:25
Gerson Palermo foi preso em março pela Polícia Federal. (Foto: André Bittar)
Gerson Palermo foi preso em março pela Polícia Federal. (Foto: André Bittar)

Alvo da operação “All In” e preso na Máxima de Campo Grande, Gerson Palermo aparece em gravação da PF (Polícia Federal) arquitetando uma fuga cinematográfica para o genro Caio Luiz Carloni, preso em Santos, litoral paulista, com meia tonelada de cocaína.

Palermo é piloto, acumula passagens pela polícia desde 1991 e chefe do tráfico de drogas. O crime mais ousado foi no ano 2000, com o sequestro de um Boeing da Vasp.

De acordo com gravações telefônicas realizadas entre 3 e 9 de janeiro deste ano, Palermo e Nabih Roberto Awada conversam sobre a troca de Caio por outra pessoa. Em diálogo de 9 de janeiro, é citado valor de R$ 70 mil para o substituto e R$ 30 mil para os policiais.

A pessoa que ficaria no lugar de Caio é tratada como “cliente”. Para o crime ser perfeito, até as tatuagens do preso seriam reproduzidas a partir de indicação da esposa de Caio, que é filha de Palermo. Porém, a ação não se concretizou.

Conforme relatório da investigação, Nabih foi preso no terminal de cargas do Porto de Paranaguá, aplicando golpes como auditor da Receita Federal. Ele e Caio também são réus na Justiça Federal pela operação “All In”.

Palermo foi preso em 28 de março durante a ação da PF. Inicialmente, ficou na carceragem da Polícia Federal de Campo Grande, mas, por medida de segurança, foi transferido para o sistema penitenciário estadual.

Primeiro, a Justiça determinou transferência para o Instituto Penal, mas o levantamento sobre o histórico do preso revelou perfil para o presídio Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, no Complexo Penal de Campo Grande.

De acordo com o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Aud de Oliveira Chaves, o perfil do preso é traçado pelo serviço de inteligência.

Jogada - A quadrilha realizava o transporte aéreo de entorpecentes da Bolívia até o interior do Paraná, por meio de uma pista de pouso em Corumbá, a 419 km de Campo Grande.

As drogas seguiam, então, de caminhão para Estados do Sul e Sudeste do país, onde eram distribuídas. Durante a investigação, três integrantes do grupo foram presos com mais de 800 quilos de cocaína originária da Bolívia.

Para lavar o dinheiro do tráfico, eram utilizados nomes de terceiros para movimentar contas bancárias e transferir a posse dos veículos utilizados no transporte das drogas.

Na denúncia recebida pela Justiça, o MPF (Ministério Público Federal) pede condenação criminal de 17 réus e a perda de 22 veículos, quatro aeronaves e três imóveis. O patrimônio da quadrilha foi calculado em R$ 7,5 milhões.

A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Nabih e Caio. A defesa de Palermo informou que finaliza documentos sobre o caso e só pode se manifestar no decorrer do dia. Ouça os áudios:

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