Capital

Vítima de incêndio, Samara tem dedos "colados" por faltar dinheiro do ônibus

Sem ter com quem deixar outras quatro crianças, mãe diz não conseguir levar filha para tratamento na Santa Casa

Bruna Kaspary | 26/01/2019 11:09
Sem sentir mais dores, Samara ri no colo da mãe (Foto: Henrique Kawaminami)
Sem sentir mais dores, Samara ri no colo da mãe (Foto: Henrique Kawaminami)

Samara, de 1 ano e 4 meses, e a família perderam tudo em um incêndio em julho do ano passado. Ela foi quem ficou mais ferida por causa das chamas, tendo queimaduras de 2º grau nas mãozinhas, coro cabeludo e pernas. A pequena precisa de tratamento, mas só foi duas vezes cuidar das cicatrizes porque a mãe não tem dinheiro nem o passe de ônibus.

Lucimara Cristina de Arruda, de 26 anos, explica que precisa levar a criança pelo menos uma vez por semana para a Santa Casa para ser avaliada por um médico e fazer fisioterapia no setor de queimados. Para ir ao hospital, ela precisaria levar os outros quatro filhos - de 5, os gêmeos de 6 e um de 7 anos - porque não tem com quem deixar.

“A gente depende de ônibus e todos eles já pagam passagem, sai muito pesado para mim, imagina só a ida e a volta”, revela. A mãe gastaria por ida à Santa Casa ao menos R$ 31,60 com as passagens, uma vez que ela e três dos cinco filhos pagam para usar o transporte coletivo, cuja tarifa cusra R$ 3,95.

Samara foi apenas duas vezes fazer o tratamento contra as queimaduras, que cicatrizaram com os dedinhos dela junto das palmas das mãos. “Hoje ela não consegue abrir as mãozinhas. Na época me disseram que eu tinha que fazer massagem para ela conseguir movimentar, mas ela chorava só de tocar, eu não ia fazer ela sofrer”, lembra a mãe.

 

A pequena queimou as duas mãozinhas durante o incêndio e, com a cicatrização, não consegue mais abrí-las (Foto: Henrique Kawaminami)

Muita gente aconselhou Lucimara de várias formas, algumas pessoas disseram que seria necessária uma nova cirurgia, outras falaram que era preciso sessões de fisioterapia, mas a mãe lamenta não conseguir ajudar a pequena de nenhuma forma. Ela não tem como deixar os outros filhos com alguém e a falta de recursos piora a situação da família.

A mãe acredita que outra cirurgia nas mãos da filha não vá ter muito resultado, já que as cicatrizes estão fechadas e os dedinhos dela “colaram”.

A família tem passado por dificuldades até para comprar alimentos, já que sobreviveu com ajuda do programa Bolsa Família e somente o aluguel da casa onde moram já é maior que o valor do benefício.

Quem tiver interesse em colaborar com a família pode entrar em contato pelo telefone (67) 99325-4585 ou ir até a Rua Nelson Chita Nicolau, no Parque do Lageado.

Samara com dois dos cinco irmãos mais velhos (Foto: Henrique Kawaminami)
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