Capital

Vigilância Sanitária fecha call centers por expor 2,3 mil ao coronavírus

Marta Ferreira e Lucas Mamédio | 20/03/2020 11:09
Guarda civil municipal em frente a prédio de call center que foi interditado nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)
Guarda civil municipal em frente a prédio de call center que foi interditado nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)


A Vigilância Sanitária de Campo Grande está interditando, nesta manhã, os dois call centers da empresa BTCC, que atende a operadora Oi.  Ao todo, trabalham 2,3 mil pessoas nos  locais, um na Rua Maracaju com a Rui Barbosa, no Centro, e o outro na Rua Santa Bárbara, na Vila Rica.

O motivo é a falta de proteção aos funcionários contra o novo coronavírus, que já tem 9 casos confirmados na cidade. 

Equipes da Vigilância Sanitária, ligada à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), com apoio de servidores da Semadur (Secretaria Municipal de Controle Urbanístico), da Sefin (Secretaria de Planejamento e Finanças) e da Guarda Civil Municipal, constataram que não há álcool em gel suficiente e que os fones de ouvido são compartilhados, colocando as pessoas em risco.

A explicação foi dada pelo titular da Semadur, Eduardo Costa, presente ao local, a partir das constatações da equipe técnica da Vigilância Sanitária. De acordo com ele, a empresa está descumprindo, também, a recomendação estabelecida em decreto municipal de reduzir o número de funcionários no mesmo ambiente a no máximo 20, com espaço mínimo de 2 metros entre eles.

No call center do Centro, a interdição estava em curso até o fechamento desse texto. Depois, vão fazer o mesmo no outro prédio, mas ainda não há confirmação se será hoje.

Ontem, funcionários fizeram uma manifestação no lugar justamente contra as condições de trabalho em meio à pandemia de coronavírus.

Trabalhadora de 20 anos, que estava na frente do prédio interditado na Rua Maracaju disse, desde que surgiram as informações sobre a doença, a empresa fez pouca coisa. 

“Empresa está agindo como se não estivéssemos neste momento de pandemia”, declarou. 

Segundo ela, não há mascaras e luvas, os próprios funcionários providenciaram meios de limpar os fones, que são compartilhados. “Tinha álcool gel, mas nem sempre dava para todos”.

Vamos fazer - A empresa enviou dois advogados ao local, que não conversaram com os jornalistas. Segundo as informações fornecidas pelo fiscal José Carlos de Souza Lauretto, os representantes da empresa se comprometeram a providenciar as medidas necessárias para atender às determinações.

Conforme o fiscal, não há prazo para isso. Segundo a explicação, a pressa é da empresa, pois até lá, os funcionários não podem trabalhar. 

(Matéria editada às 12h10 para acréscimo de informação)


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