Capital

Vigia morto por lutador tinha rachadura de 10cm na cabeça

Nadyenka Castro | 19/07/2011 12:41

Inquérito está concluído

Airton matou Adelson após uma discussão. (Foto: Pedro Peralta)
Airton matou Adelson após uma discussão. (Foto: Pedro Peralta)

O vigia Adelson Eloi Nestor de Almeida, morto na última quinta-feira no posto de combustíveis em que trabalhava, na avenida Tamandaré, em Campo Grande, tinha uma rachadura de 10 centímetros de extensão na cabeça.

A lesão constatada pelo médico legista durante exame necroscópico indica que Adelson foi atingido por algo pesado. “Ter feito isso com as mãos não é possível e nem é resultado de queda. Ficou evidenciado o uso da barra de ferro”, disse o delegado Fábio Sampaio, da 2ª delegacia de Polícia Civil, responsável pelas investigações.

O delegado já concluiu o inquérito e indiciou Airton Colognesi, 30 anos, o autor, o qual foi preso em flagrante, por homicídio qualificado pelo motivo fútil.

Foi juntado ao inquérito três boletins de ocorrência de Cuiabá, Mato Grosso, que constam Airton como autor de agressão a cinco pessoas.

Lesão - De acordo com o delegado, a ‘rachadura’ na cabeça de Adelson dá fim ao impasse sobre o uso da barra de ferro. Testemunhas que viram o lutador de jiu-jitsu agredindo o vigia disseram a PM (Polícia Militar) que a vítima foi atingida pela barra.

Os militares repassaram a informação à Polícia Civil, que ouviu novamente o casal que testemunhou a agressão. Desta vez, eles disseram que não viram a barra de ferro.

A informação inicial, aliada a lesão de 10 centímetros na cabeça e o fato da barra ter sido encontrada junto ao corpo do vigia, indicam que Adelson foi atingido pelo objeto.

No local do crime ficaram manchas de sangue. (Foto: Pedro Peralta)

Fiança- Airton foi autuado em flagrante por homicídio doloso simples. Como neste caso cabe fiança para sair da prisão, o juiz Alexandre Ito, em substituição na 2ª Vara do Tribunal do Júri, determinou o pagamento 10 salários mínimos.

A defesa do autor alegou que ele não tem condições de pagar, mas o magistrado não reduziu e o lutador de jiu-jitsu continua na cadeia.

Agora, a decisão sobre a fiança pode ser cassada, pois o lutador foi indiciado por homicídio qualificado, que é crime hediondo, o qual não permite o pagamento.

O caso - A vítima estava trabalhando quando flagrou Airton passando no meio das bombas de combustíveis.

O vigia abordou o rapaz e o mandou sair de dentro do posto, informando que o local era propriedade particular e já estava fechado. Airton não gostou de ser advertido por Adelson, e os dois começaram a discutir, informou a Polícia.

A discussão terminou em agressão. A vítima tentou escapar do autor e correu

para uma borracharia que fica ao lado do posto. Lá, Airton usou uma barra de ferro para golpear a cabeça de Adelson, que teve o rosto desfigurado e morreu caído na calçada.

A Polícia foi acionada por duas pessoas que passavam pela região e presenciaram o crime.

O autor foi preso em flagrante por policiais do 9º BPM (Batalhão da Polícia Militar) deitado em um gramado em frente à Universidade Católica Dom Bosco, vizinha ao local do crime. Conforme a PM, ele estava embriagado.

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