Capital

Tratamento com planta africana promete fim da dependência química

Liana Feitosa | 05/07/2015 09:13
Terapeuta Jorge Nahabedian, de 27 anos, explica que técnica usa raiz de planta africana. (Foto: Marcos Ermínio)
Terapeuta Jorge Nahabedian, de 27 anos, explica que técnica usa raiz de planta africana. (Foto: Marcos Ermínio)

A substância promete curar qualquer tipo de dependência química em cinco dias e apenas com o uso de algumas pílulas. A ibogaína está no Brasil há mais de um ano e, há três meses, chegou a Campo Grande.

De acordo com o terapeuta Jorge Nahabedian, de 27 anos, um dos proprietários da única clínica que administra esse tipo de tratamento na Capital, o uso do fitoterápico é liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e, apesar de ter venda liberada no Brasil, é fabricado em laboratórios do Canadá e da Holanda.

Origem - “A ibogaína é extraída da iboga, uma planta de origem africana. A pílula vermelha do tratamento corresponde à raiz da planta e, a branca, são as folhas”, explica Jorge.

A ação da droga causa efeitos parecidos com o da ayahuasca, bebida feita de plantas amazônicas e que é conhecida por ser usada em rituais religiosos. No entanto, a raiz da planta africana é bem mais potente do que a ayahuasca.

Alucinógeno - Ao tomar a ibogaína, a pessoa tem alucinações e visões, como se passasse por um episódio de regressão. “Ela lembra dos motivos que a levaram às drogas. É como se ela passasse a enxergar sua situação de maneira mais ampla”, explica o terapeuta.

Por isso, ele acredita que o tratamento também tem cunho espiritual, já que são comuns relatos de pacientes que viram entidades e personagens religiosos. “Já tivemos pessoas que relataram ver Jesus, ver espíritos, enfim, entidades geralmente do contexto religioso no qual elas foram criadas”, pontua Jorge.

Apesar da boa notícia, a alternativa exige cuidados prévios. Pacientes com problemas cardíacos ou no fígado não podem se submeter à droga. Além disso, o interessado precisa ficar alguns dias em abstinência da substância da qual deseja se desintoxicar.

A pílula vermelha do tratamento corresponde à raiz da planta, segundo terapeuta. (Foto: Marcos Ermínio)

Cuidados - Além disso, o tratamento deve acontecer com acompanhamento. “As pílulas não são disponibilizadas em grande quantidade. É preciso passar por uma triagem, fazer exames obrigatórios e só a partir daí é que os comprimidos são desenvolvidos e administrados. Eles vão variar de acordo com a altura o do peso da pessoa, por exemplo”, detalha Jorge.

Outro cuidado é tomado ainda no começo do processo. Segundo ele, a planta precisa ser colhida no momento certo de maturação, senão fica imprópria para uso. Para isso, um médico se responsabiliza pelo acompanhamento da exploração do produto até o envio ao Brasil.

Entre janeiro de 2005 e março de 2013, o departamento de Psiquiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) desenvolveu estudo sobre a sustância. A pesquisa comprovou que a ibogaína é cinco vezes mais eficaz na interrupção da dependência química do que os tratamentos convencionais.

Preços - Em Campo Grande, a alternativa é oferecida no centro terapêutico Soul Livre. O tratamento para combater o cigarro custa R$ 5.400 a prazo e 4.500 à vista. Para outros tipos de droga, como cocaína ou crack, o custo é de 7.200 a prazo ou 6.300 à vista. O valor à prazo pode ser dividido em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito.

A clínica fica na Rua Tinhorão, 32, bairro Cidade Jardim. O telefone para contato é 3325-6579 e 9881-6579. Outras informações podem ser obtidas no site: http://www.soullivreterapia.com.br.

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