Capital

Trabalhadores de creches da Capital estão sem receber vale-transporte

Omep e Seleta justificam que Prefeitura não depositou o valor correspondente; convênio prevê que recursos sejam repassados até 2º dia útil

Christiane Reis | 06/12/2016 15:00
O Ceinf do Aero Rancho foi um dos que paralisou as atividades no mês de novembro. (Foto: Marina Pacheco)
O Ceinf do Aero Rancho foi um dos que paralisou as atividades no mês de novembro. (Foto: Marina Pacheco)

Pelo menos três mil profissionais, entre recreadoras e administrativos, que atuam nos 99 Ceinf's (Centros de Educação Infantil) de Campo Grande, reclamam atraso na entrega do vale-transporte e temem que o valor dos salários não seja depositado nesta quarta-feira (7). Eles são terceirizados, contratados pela Omep ou Seleta, que prestam serviço para a Prefeitura.

A situação, dizem, já é recorrente. Em agosto e novembro deste ano os trabalhadores também cruzaram os braços pelo mesmo motivo.

“Eu não tenho como ir trabalhar, porque já não tenho vale-transporte e fica muito difícil a situação”, disse uma recreadora, de 38 anos, que preferiu não se identificar. Ela trabalha há seis anos em um Ceinf e disse que tem muito amor pelo que faz, “o problema é que vivemos esse total descaso e não temos o que fazer”, disse. Ela também reclamou que não há reajuste salarial há pelo menos dois anos.

Segundo a presidente do Senalba-MS (Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato Grosso do Sul), Maria Joana Barreto Pereira, as entidades patronais já sinalizaram que não há previsão para que o repasse seja feito e, consequentemente, o valor do vale-transporte e dos salários sejam depositados. "Se isso não ocorrer os trabalhadores vão paralisar as atividades", disse. 

Ela infoirmou ainda que o sindicato já encaminhou ofício às entidades e Semed (Secretaria Municipal de Educação) informando da paralisação, caso os pagamentos não sejam realizados. “Algumas recreadoras já começaram a sofrer pressão por conta do anúncio de possível greve”, disse Maria Joana Pereira.

Maria Joana Pereira contou também que a primeira parcela do 13º não foi depositada e que não conseguiu obter informações na Prefeitura de Campo Grande. Informações dão conta de que o valor mensal repassado à Omep varia entre R$ 2,4 milhões a R$ 2,5 milhões, enquanto a Seleta deve receber média de R$ 3 milhões, isso sem contabilizar o 13º em ambos os casos.

O advogado da Omep e Seleta, Laudson Ortiz, confirmou que as entidades aguardam o repasse dos valores para que possam honrar o compromisso com os trabalhadores, tanto do vale-transporte quanto dos salários. “Estamos na expectativa de que o valor caia ainda hoje para podermos fazer o pagamento. O convênio firmado com as entidades prevê que o repasse seja feito até o 2º dia útil, para que elas possam fazer o pagamento dos contratados até o 5º dia útil”, explicou.

Procurada, a Prefeitura informou, via assessoria de imprensa, que os servidores ainda não receberam pagamento, o que deve ocorrer amanhã (7). Também não houve qualquer reajuste salarial há dois anos. 

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