Capital

Trabalhador morre em explosão de tanque de combustíveis

Ele abria o recipiente com maçarico. Corpo foi parar a 15 metros do local

Nadyenka Castro e Elverson Cardozo | 24/11/2012 13:59
Trabalhador estava atrás dos caminhões, em um dos tanques e foi parar próximo à faixa de isolamento. (Foto: Simão Nogueira)
Trabalhador estava atrás dos caminhões, em um dos tanques e foi parar próximo à faixa de isolamento. (Foto: Simão Nogueira)

O trabalhador José Oliveira da Silva, 60 anos, morreu em explosão de tanque de combustíveis no início da tarde deste sábado, em Campo Grande. O corpo dele ficou desfigurado e foi parar a 15 metros do local.

José Oliveira trabalhava há pelo menos três anos como soldador da Abatec Soluções Ambientais e morreu quando abria um tanque de 15 mil litros que seria recolhido. O acidente aconteceu no pátio do posto Platinão, na BR-163, saída para São Paulo.

A Abatec recolhe tanques não mais utilizados, faz a desgasificação, corta, limpa e derrete. O material então é vendido.
Para o recolhimento é preciso verificar se há gás no recipiente. Essa verificação é feita com o equipamento chamado explosimetro.

O explosimetro é uma mangueira pequena que é colocada no tanque por pequenos espaços. Se houver gás, o equipamento acusa e depois retira. Enquanto o gás não for totalmente retirado, a tampa – que fica nos fundos – não pode ser aberta. Caso isso aconteça, há risco de explosão

Quando não há mais gás no tanque, a tampa é aberta com maçarico e o recipiente levado. É preciso deixar aberto para não acumular mais gás.

A suspeita é que José Oliveira foi abrir o tanque sem verificar se havia gás no local. Quando ele ligou o maçarico, houve a explosão. Outros dois tanques tinham passado por avaliação e este último ainda não havia sido verificado.

A explosão foi tão forte que o trabalhador passou por trás do caminhão da empresa – que estava atrás do tanque – e foi parar debaixo de outro que transporta oxigênio e acetileno, a 15 metros do tanque que abria.

A morte foi instantânea. Vísceras do corpo ficaram espalhadas, assim como membros. O coração parou a cerca de 20 metros do local da explosão e o maçarico, a 10.

A bota que o trabalhador calçava e a roupa que vestia ficaram destruídas. Vidros de salas do posto de combustíveis e o para-brisa do caminhão ao lado quebraram e quem estava próximo sentiu a explosão.

José Hélio Tavares, 37 anos, estava dentro do caminhão dele, a 300 metros do acidente. “Vi a poeira levantando e depois os pedaços dele [da vítima]”.

Cássio José Correa, 42 anos, estava ainda mais próximo e disse que também foi arremessado com a explosão, mas, não ficou ferido.

A reportagem do Campo Grande News apurou que todos os funcionários da empresa recebem treinamento e sabem do risco da atividade. A Abatec recolhe tanques em diversos locais.

Tanques de combustíveis não mais utilizados. Ao lado, caminhão que faz a limpeza.
Samu e Corpo de Bombeiros estiveram no local do acidente.
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