Capital

Toque de recolher já fez efeito, diz prefeito após cobrança de mais restrições

Para Marquinhos Trad, aglomerações em festas são responsáveis por novo pico da covid-19

Anahi Zurutuza | 01/12/2020 10:35
Em pé, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, mostrando dados da covid em Campo Grande para o prefeito Marquinhos Trad, na semana passada (Foto: Kísie Ainoã)
Em pé, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, mostrando dados da covid em Campo Grande para o prefeito Marquinhos Trad, na semana passada (Foto: Kísie Ainoã)

Cobrado por diversos setores para que imponha mais restrições como forma de controlar a nova onda da covid-19 em Campo Grande e não penalize somente quem trabalha com a vida noturna da cidade, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) voltou a dizer que, por enquanto, a situação está controlada. O chefe do Executivo municipal explica que o toque de recolher já surtiu efeito.

“Estamos expandindo a oferta de leitos, neste momento, sem fazer mais restrições. Além do que, o tempo de permanência de leitos diminuiu, com 4 a 7 dias o paciente já está saindo. A taxa de mortalidade ainda não aumentou e isso tudo demonstra que quem está sendo internado, é de faixa etária menor”, explicou.

Embora ontem o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul tenha noticiado que a lotação dos leitos para pacientes em situação crítica chegou a 100% e levantamento feito pelo Campo Grande News, também nessa segunda-feira (30), mostre que restavam apenas 17 vagas em UTIs (Unidade de Tratamento Intensivo) na Capital, contando a oferta da rede pública e particular, Marquinhos afirma que tem monitorado a ocupação dos leitos. “Acabei de receber o boletim e estamos com ocupação de 78%. Ou seja, 22% ainda disponíveis”.

Cantada por cerca de 700 pessoas sem máscara e juntas, a música "Obrigado Deus", do MC Paulinho na festa "Baile do Mandrake" na sexta-feira passada, parece desafiar a covid-19 (Foto: Reprodução das redes sociais)

Toque de recolher - Para o prefeito, as aglomerações em festas, que ficaram mais frequentes depois das flexibilizações e declínio no número de casos da covid em Mato Grosso do Sul, são as grandes responsáveis pelo novo pico. Por isso, o toque de recolher é a maneira mais eficiente de frear essa onda.

“Todos os artigos com mais fundamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que esses picos são ocasionados em festas e recintos fechados. O transporte coletivo, por exemplo, não tem sido apontado, como era no início, como o causador do contágio, porque as pessoas ficam ali num curto espaço de tempo. É diferente de uma aglomeração em festa, onde as pessoas estão suando, bebendo um no copo do outro, fumando um o cigarro do outro, usando aquele narguilé e acima de tudo, sem o principal equipamento de proteção, que é a máscara”.

Nesse primeiro fim de semana do toque de recolher, a Guarda Municipal acabou festa para 350 pessoas, interrompeu baile funk com 100 pessoas e mandou para casa pelo menos 1 mil abordadas nas ruas da cidade durante o horário de vigência da medida restritiva. 

Além disso, o Campo Grande News recebeu denúncia sobre show com MC Paulinho que reuniu 700 pessoas. Sem máscaras e “colados”, jovens cantavam letra de funk que diz “obrigada Deus pela saúde”. 

Marquinhos afirma que apesar dos registros, o toque de recolher se mostrou eficiente. “Antes eram 10 festas daquelas, hoje tem 1 ou 2. Se todos estivessem obedecendo os decretos, não teríamos problemas”.

O prefeito afirma ainda que organizadores das baladas alegam não ter como controlar o público e exigir o uso de máscara o tempo todo, por exemplo. “Então não faça. Se pode comandar, quem tem controle”, afirma. 

Por fim, Marquinhos afirma que o toque de recolher tem aprovação de 97% da população e que apesar da pressão para que o horário da restrição seja ampliado, o prefeito ainda não deve aumentar a vigência da obrigação de permanecer em casa – hoje, da meia-noite às 5h. 

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