Capital

TJ mantém sequestro de joias, coleção de relógios e carros na Ouro de Ofir

Realizada em 2017, operação da Polícia Federal investigou golpe com 60 mil vítimas

Aline dos Santos | 04/02/2021 12:40
Coleção de relógios de grife apreendidos em operação da Polícia Federal contra golpes. (Foto: Divulgação)
Coleção de relógios de grife apreendidos em operação da Polícia Federal contra golpes. (Foto: Divulgação)

Por suspeita de crimes de estelionato e organização criminosa, o TJMS (Tribunal  de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve a apreensão de joias, pedras preciosas, coleção de relógios de luxo, veículos e dinheiro de réus na operação Ouro de Ofir, que investiga golpe com até 60 mil vítimas.

A defesa de Celso Eder Gonzaga de Araújo e Anderson Flores de Araújo pediu a restituição de bens e documentos apreendidos em 21 de novembro de 2017, durante a operação da PF (Polícia Federal).  O pedido destaca o tempo decorrido, além de que celulares, computadores e documentos já foram periciados.

No último dia 28 de janeiro, a 3ª Câmara Criminal negou, por unanimidade, a apelação criminal e manteve a apreensão dos bens. Relator do processo, o desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva afirma que há “indícios de que referidos bens e valores são provenientes da prática dos crimes de estelionato e organização criminosa, o que justifica seja mantida a apreensão até o desfecho da ação penal”.  

No golpe investigado na operação Ouro de Ofir, as vítimas eram convencidas a “adiantar” um aporte (geralmente R$ 1 mil) e em troca as pessoas teriam direito a receber mil vezes o valor antecipado.

Os contratos eram, inclusive, registrados em cartório para aumentar a credibilidade. Para repatriação, 40% de uma altíssima soma de dinheiro ficaria com o governo federal, 40% doado como ajuda humanitária (reembolsando os aportes) e 20% para a família Araújo.

A origem do dinheiro para pagar os investidores eram créditos de até R$ 1 trilhão relacionados com compra e venda de uma grande quantidade de ouro. O nome Ouro de Ofir faz alusão a uma cidade mitológica, que produzia ouro de maior qualidade e beleza, mas nunca localizada.  

O processo começou a tramitar na Justiça Federal, mas foi repassado para a Justiça Estadual no fim de 2017. A ação contra a economia popular está em sigilo.

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