Capital

Testemunhas rejeitam versão de peão que atirou na cabeça de adolescente

Na delegacia, ele alegou que sentiu ciúmes da vítima e por isso buscou a arma usada no crime

Geisy Garnes | 29/01/2018 18:00
Bruno (de branco) se negou a falar com a imprensa (Foto: Saul Schramm)
Bruno (de branco) se negou a falar com a imprensa (Foto: Saul Schramm)

Ao contrário da versão de Adalmir Lopes Torres, 23 anos, testemunhas afirmaram que a adolescente de 16 anos ferida pelo suspeito com um tiro na cabeça, nunca agrediu o autor. Para a polícia, “Aranha” como é conhecido, premeditou o crime e tentou matar a jovem apenas por ciúmes.

O crime aconteceu na madrugada de sexta-feira, quando a jovem de 16 anos estava na casa de um amigo em comum com o autor, na Vila São Jorge da Lagoa. “Esse era o segundo encontro deles. A vítima é de Sidrolândia, no começo do mês veio a Campo Grande e conheceu o autor. Cerca de 15 dias depois voltou e marcou de encontrar ele” explica a delegada responsável pela casa Maira Pacheco Machado.

Para a polícia, Adalmir contou que em determinado momento saiu para comprar gelo e quando voltou encontrou a adolescente conversando com um amigo. “Ele contou que não gostou da proximidade dos dois, que sentiu ciúmes e por isso foi em casa, buscar o revólver”. Ao chegar na residência, o peão começou a discutir com a vítima.

Foi durante a discussão que Adelmir afirma ter levado um tapa na cara. “Ele reagiu e disparou uma única vez, na cabeça da vítima”, confirmou a delegada, reforçando que o suspeito estava a menos de um metros da menina.

A versão das outras três testemunhas que estavam na casa no enquanto não relata as agressões feitas pela vítima, apenas a discussão por ciúmes e o tiro sem qualquer motivação. “Ele disparou simplesmente porque sentiu ciúmes”, apontou a delegada. 

Delegada Maira Pacheco, responsável pela caso (Foto: Saul Schramm)

Adelmir é casado e morava com a mulher, que está grávida do primeiro filho do casal. Agora responde por feminicídio na forma tentada, por motivo fútil e também pelo porte da arma, crime pelo qual foi preso em flagrante e teve a preventiva decretada nesta manhã durante audiência de custódia. “Ele também está preso preventivamente pela tentativa de homicídio”.

Passagens - Em novembro de 2017 Adelmir foi condenado a 14 anos de prisão por matar a facadas Eliaquim de Barros Rodrigues. O crime aconteceu em 2013, também na Vila São Jorge da Lagoa. Apesar da condenação, a de defensoria entrou com recurso a decisão da juíza Thielly Dias de Alencar Pithan e Silva, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O homicídio aconteceu após uma discussão entre o autor e a vítima em uma conveniência da região. Na denúncia feita pelo MPE (Ministério Público Estadual), o promotor Eduardo José Rizkallah afirma que Adalmir confessou a testemunhas que “quando faz bebia tinha vontade de matar”.

Ainda conforme a delegada, quando adolescente “Aranha” foi responsável por outra tentativa de homicídio, em maio de 2012. Pelo novo crime, Adalmir foi preso na noite de sexta-feira em uma fazenda na altura do km 20 da MS-080, na zona rural de Campo Grande.

Nos siga no