Capital

Testemunha viu motorista que matou jovem em táxi furando sinais

Paula Maciulevicius e Viviane Oliveira | 11/02/2013 11:41
Diogo permanece preso na Depac e vai responder por homicídio doloso com dolo eventual, dirigir sob efeito de álcool e lesão corporal dolosa. (Foto: Reprodução/Facebook)
Diogo permanece preso na Depac e vai responder por homicídio doloso com dolo eventual, dirigir sob efeito de álcool e lesão corporal dolosa. (Foto: Reprodução/Facebook)

Uma taxista de 45 anos viu, minutos antes de um motorista bater em um táxi, e provocar uma morte, o veículo que ele dirigia desrespeitar a sinalização, no Centro de Campo Grande. Segundo ela, o administrador de fazenda Diogo Machado Teixeira, 36 anos, saiu da rua Espírito Santo, dirigindo a caminhonete L200 e não parou na placa de “Pare” no cruzamento com a avenida Afonso Pena. Ela ainda conseguiu ver Diogo furando dois semáforos vermelhos, sentido centro, até causar o acidente na rua Bahia.

“Ele atravessou como se tivesse passando de olho fechado. Quando ele chegou no cruzamento, ele roletou e eu assustei. Achei que fosse capotar”, descreve. A mulher viu o motorista cantar pneu e perder o controle do veículo. Segundo ela, os dois semáforos que ele ultrapassou foram das ruas Paranaíba e Rio Grande do Sul.

Da batida ela conta ter só ouvido o barulho, mas lembra que comentou com os outros colegas de ponto que o motorista ia acabar causando um acidente. “Quando o cara passou eu ainda falei aquele vai se ferrar ali embaixo”.

Em poucos minutos eles ouviram o barulho da batida e viaturas da Polícia que passavam pela via parando, mas foi pelo rádio que soube que no acidente estava um taxista envolvido. “A gente chegou ele estava sendo socorrido e o rapaz já estava morto. A batida foi muito violenta. Atravessar qualquer trecho da área central e do Jardim dos Estados é um perigo”.

Com o impacto da batida, carro foi arremessado contra muro da Secretaria Municipal de Saúde. (Foto: Simão Nogueira)

Na rotina de estar nas ruas pela madrugada, a taxista relata que das 2h da manhã até às 5h30, é constante a saída de motoristas dos bares e casas noturnas da região, embriagados. Diogo estava na Valley e segundo a advogada dele, se dirigia ao Burger King no momento do acidente.

O motorista passou pelo teste do bafômetro que acusou 0,59 mg/l. Apesar do resultado, a defesa negou que ele tivesse embriagado e disse que foi uma “fatalidade em um momento de distração”. O argumento da advogada Eliane Potrich é de que ele estava conectando o celular no carregador para fazer uma ligação.

Diogo permanece preso na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e vai responder por homicídio doloso com dolo eventual por ter assumido o risco de matar, dirigir sob efeito de álcool e lesão corporal dolosa em relação ao motorista do táxi e o outro passageiro.

Para a taxista, as autoridades precisam fechar o cerco na região. “Eles devem fazer vista grossa ali, é um dos lugares que mais acontece acidente na madrugada. É comum sair altamente embriagado. A Lei Seca tem que prevalecer”, finaliza.

Acidente - Diogo dirigia uma L200 quando furou o sinal e atingiu o táxi no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua Bahia. O veículo que estava com dois passageiros foi arremessado contra o muro da Secretaria Municipal de Saúde e o ocupante do banco de trás, José Pedro Alves da Silva Júnior, 22 anos, morreu na hora. O motorista, Sebastião Mendes da Rocha, 51 anos e outro passageiro, Ramon Rudney Tenório Souza e Silva, 21 anos, que foram levados em estado grave para a Santa Casa. José Pedro e Ramon estavam há oito dias em Campo Grande trabalhando na construção do shopping Bosque dos Ipês. A vítima que era ajudante de eletricista tinha os planos de voltar à cidade onde morava com a mãe, Afogados da Ingazeira, em Pernambuco, em abril.

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