Capital

Tempestade 'surpresa' foi resultado de forte calor, umidade e ventos

Fernando da Mata | 03/04/2012 11:36

Restos da árvore que caiu durante temporal na Afonso Pena (Foto: Marlon Ganassin)
Restos da árvore que caiu durante temporal na Afonso Pena (Foto: Marlon Ganassin)

A tempestade que caiu em Campo Grande e municípios da região central e oeste de Mato Grosso do Sul, na tarde de segunda-feira (2), foi provocada pela junção de três fatores.

Segundo o meteorologista da Uniderp/Anhanguera, Natálio Abrão Filho, a combinação de calor, umidade e o padrão de ventos nos níveis mais elevados da troposfera favoreceram a formação de áreas de instabilidade que provocaram pancadas de chuva em áreas das regiões central e oeste do estado.

Abrão ressaltou que, para um temporal, basta que haja vários dias com temperaturas altas e a combinação com os outros fatores citados, independente de mês ou estação do ano.

Do início da tarde até o começo do temporal, por volta das 16h30, a temperatura caiu de 36°C para 24°C. Na Capital, foram 37,2 mm de chuva acompanhada por queda de granizo no sul e sudeste da cidade. Entre a área central e o Parque dos Poderes, o índice de precipitação foi de 10,2 mm.

De acordo com a Uniderp/Anhanguera, a tempestade gerou fortes ventos, que chegaram a quase 70 km/h (69 km/h entre a rua Ceará e a avenida Eduardo Elias Zahran, entre 44 e 53 km/h entre a Avenida Afonso Pena e o Parque dos Poderes).

As regiões norte e oeste de Campo Grande não registraram chuva e os ventos ficaram entre 35 km/h e 42 km/h.

O temporal provocou vários transtornos na cidade, como queda de árvores, rompimentos de cabos de energia elétrica, alagamentos e desligamento de semáforos. O trânsito ficou tumultuado em várias áreas.

Segundo o Corpo de Bombeiros, desde às 16h30 de segunda-feira (2), foram registradas 43 quedas de árvores, concentradas principalmente no Centro e no bairro Amambaí.

Uma das ocorrências foi registrada na avenida Afonso Pena, entre a rua Vasconcelos Fernandes e avenida Ernesto Geisel. No local, uma árvore de grande porte caiu no canteiro, derrubou a fiação e interrompeu o trânsito na principal avenida da cidade. Quedas de árvores também causaram transtornos no cruzamento das ruas Rui Barbosa e Hélio de Castro Maia e na Spipe Calarge, onde um veículo foi atingido em frente a um residencial.

Em vários pontos da cidade, de acordo com a Enersul, faltou energia. De acordo com a concessionária, foram cerca de 200 chamados, 150% a mais do que em um dia normal, e a situação está totalmente normalizada. Alagamentos foram registrados na área central e no bairro Jockey Club.

Imagem impressionou internautas. (Foto: Reprodução Facebook)

Tornado? - Internautas compartilharam na rede social Facebbok a imagem de uma nuvem em forma de funil sobre o céu de Campo Grande, na tarde de segunda-feira (2).

O meteorologista Natálio Abrão esclareceu que o fenômeno registrado não era um tornado. “Uma nuvem gerou um princípio de tornado, mas não é completo por não atingir o chão”. Tecnicamente, esse tipo de fenômeno é chamado de nuvem-funil.

Corumbá - O vendaval em Corumbá, no Pantanal sul-mato-grossense, chegou a 74 km/h e causou inúmeras quedas de árvores.

Segundo a Uniderp/Anhanguera, a chuva registrada foi de 31,8 mm entre às 17 e 18 horas de segunda-feira, correspondendo a 38,4% da média histórica para o mês de abril, que é de 82,9 mm.

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