Capital

Suspensa pelo Ministério da Saúde, obras seguem paradas por mais 90 dias

Paula Maciulevicius | 12/06/2013 13:34
ABCG ressaltou os prejuízos para a sociedade reforçando que obra que era para ser entregue em um ano, já leva três. (Foto: Cleber Gellio)
ABCG ressaltou os prejuízos para a sociedade reforçando que obra que era para ser entregue em um ano, já leva três. (Foto: Cleber Gellio)

As obras do Hospital do Trauma, paralisadas desde o final de maio, pelo departamento de fiscalização do Ministério da Saúde devem continuar suspensas por até 90 dias. Este foi o prazo pedido pela ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) mantenedora da Santa Casa, para que os questionamentos feitos pelo Ministério da Saúde sejam respondidos.

Desde o início da obra, como Hospital do Trauma, em 2010, o departamento de fiscalizações fez 26 medições. Ano passado eles levantaram uma série de considerações a serem respondidas sobre a quantidade de serviços medidos, a forma como eles eram quantificados, e valores que divergem da planilha inicialmente aprovada.

As questões foram respondidas e em abril deste ano, um novo pedido de esclarecimentos foi feito, o que segundo o presidente da Associação, Wilson Teslenco, corresponde a uma enorme quantidade de levantamentos.

“Essa reanálise chegou em maio e solicitamos na semana passada um prazo extra pra responder. Até que isso esteja resolvido, o Ministério da Saúde não irá fazer nenhuma medição e nem autorização de pagamentos. A obra foi reduzindo o ritmo e hoje se encontra praticamente parada”, disse.

Teslenco ressaltou os prejuízos para a sociedade reforçando que está em questão uma unidade que tinha um ano previsto no contrato de execução. “E já vai fazer três anos”, completa.

A obra volta a ser executada quando a ABCG conseguir responder porque a quantidade de serviços de medidos é incompatível com o projeto original e também explicar o porque dos itens de serviços feitos não estavam nessa tabela no Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil, aceita pela Caixa Econômica Federal e Ministério da Saúde.

“Foi criado composição de preço específico para estes itens e hoje, depois de três anos, se questiona o porque lá atrás esses valores não obedeceram essa tabela ou porque são diferentes da original”, informou o presidente.

Para a ABCG, o Ministério da Saúde está cumprindo o papel de fiscalização. Agora, dentro dos 90 dias, a mantenedora da Santa Casa também está avaliando a qualidade do serviço e as condições da obra para constatar eventuais inconsistências no que foi executado.

Segundo Teslenco, a dificuldade atual é encontrar os funcionários da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) que participaram das medições anteriores, que com a troca de governo municipal, deixaram os cargos.

“Nós estamos buscando junto a essas pessoas, mas algumas já não se encontram e estamos tentando ter ajuda da Secretaria para esclarecer essas informações”, finalizou.

Entre os repasses do Ministério da Saúde, contrapartida do município e rendimentos no período, até 2012 a Santa Casa recebeu R$ 9,5 milhões. Com os pagamentos já realizados, a Santa Casa tem em caixa para a obra R$ 3 milhões, até o dia 9 de maio.

O repasse até a conclusão do Hospital corresponde ao valor de R$ 5 milhões e com os pagamentos a serem realizados dentro do cronograma, o valor estimado de gastos é de R$ 4,5 milhões.

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