Capital

Suspeito de ordenar atentado que matou dois é criminoso desde a adolescência

Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, aos 22 anos, cumpre pena na Penitenciária de Segurança Máxima

Por Ana Paula Chuva | 06/05/2024 16:59
"Pato Donald" começou no crime ainda na adolescência (Foto: Reprodução)
"Pato Donald" começou no crime ainda na adolescência (Foto: Reprodução)

Apontado como mandante do atentado que resultou na morte de dois adolescentes de 13 anos na última sexta-feira (3), Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, o “Pato Donald”, acumula um histórico de passagens policiais que começaram ainda na adolescência. Atualmente, ele cumpre pena por roubo e tráfico de drogas na Penitenciária Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima, de onde teria dado a ordem para a execução do rapaz identificado apenas como Pedro.

Em seu histórico criminal, “Pato Donald” coleciona passagens por receptação, desacato, tráfico de drogas e roubos, os dois últimos em situações mais recentes, ambos em 2020. O primeiro, em 27 de fevereiro, pelo comércio de entorpecentes. Conforme denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por volta das 15h30 daquele dia, equipe da PM (Polícia Militar) foi até uma casa na Rua da Boa Vizinhança, Vila Nhanhá, em Campo Grande, e encontrou no local um revólver Taurus calibre 38 e mais 18 munições. 

Na casa também foram apreendidos 230 gramas de cocaína e mais duas balanças de precisão. Kleverton não foi encontrado no local, fugiu pulando o muro da residência junto com outro rapaz que foi alcançado pelos policiais. Ele afirmou ser usuário de drogas e que o outro fugiu porque dias antes foi vítima de tentativa de homicídio. Um cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) em nome de “Pato Donald” foi achado e ajudou na identificação do rapaz. 

Já no dia 3 de abril daquele mesmo ano, Kleverton, junto com Jeziel Fabrício dos Santos, roubou o veículo de um motorista. O caso começou na noite do dia 2, em uma conveniência no Bairro Jardim Jacy, ele abordou a vítima e ofereceu R$ 20 para que o levasse até a região das Moreninhas. Ele argumentou com o homem que não tinha como pedir um carro de aplicativo.

A vítima então aceitou. Durante o trajeto, Kleverton pediu para que ele parasse no Bairro Santa Felicidade para buscar um amigo. Quando chegaram no endereço, Jeziel entrou pela porta traseira, momento em que uma motocicleta com duas pessoas não identificadas se aproximou do carro e tentou abrir a porta do passageiro, onde estava “Pato Donald”.

O motorista então acelerou o veículo e conseguiu fugir. Jeziel então pediu que ele os levasse de volta para sua casa, mas quando passaram pela Rua Arceburgo, Kleverton anunciou o assalto e disse para que o comparsa desse um tiro na cabeça da vítima que, ao sentir a arma de fogo encostar em sua cabeça, desceu do veículo e correu em direção a um matagal.

Kleverton e Jeziel então foram com o carro em direção a um posto de gasolina e foram abordados pela Polícia Militar, que já sabia do roubo. Na delegacia, “Pato Donald” negou o crime e disse que estava com o comparsa procurando desafetos e que quando entraram na rua sem iluminação o motorista parou o veículo e saiu correndo.

Já Jeziel confirmou o roubo e disse que foi chamado por Kleverton para ir atrás de uns desafetos e como não encontraram ninguém, “Pato Donald” enviou uma mensagem para ele propondo assaltar o motorista. Em setembro de 2021, eles foram julgados pelo crime e “Pato Donald” foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão em regime fechado.

Pelo tráfico de drogas, Kleverton foi julgado em setembro de 2023 e sentenciado a cinco anos de reclusão e mais um ano de detenção em regime semiaberto. Ele atualmente cumpria pena na Máxima.

Nicolas aparece à esquerda, George (motorista) no meio e Rafael à direita da imagem (Foto: Divulgação)

Mandante - Troca de mensagens encontrada no celular de Nicollas colocou Kleverton como suspeito de ser o mandante do atentado. Na conversa, o detento orienta o rapaz a esconder a arma e ainda afirma que dará dinheiro para ajudá-lo. “Nós tá junto. Eu que coloquei você nessa. Você é meu filho (sic)”, diz uma parte do texto.

De acordo com a polícia, Nicollas era o piloto da motocicleta usada no crime e João Vitor, autor dos disparos, estava na garupa. Aos policiais, Rafael confessou que escondia o veículo usado no crime em sua casa e que depois do crime, os dois rapazes se reuniram no local e perceberam que o atirador descarregou a pistola, ou seja, deu aproximadamente 16 tiros.

Ele também afirmou que Nicollas e João Vitor são subordinados de Kleverton em diversos crimes, que seu aluguel era pago pelo detento e foi ameaçado de morte para guardar a motocicleta, com registro de furto, no local.

Print de uma parte da conversa entre Kleverton e Nicollas (Foto: Reprodução)

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