Capital

Preso suspeito de 63 furtos invadia lojas para comprar R$ 300 de droga por dia

Aline Queiroz e Paula Maciulevicius | 14/03/2011 17:29

Aos 18 anos, rapaz vai para a Unei e diz que “cadeia é para gente grande”

Rapaz pequeno e magro subiu em dois telhados. (Foto: Simão Nogueira).
Rapaz pequeno e magro subiu em dois telhados. (Foto: Simão Nogueira).

Aos 18 anos, Michael Cavalheiro de Moraes vai para a Unei (Unidade Educacional de Internação) suspeito de praticar 63 furtos. O número de ações do rapaz, que é conhecido como “Ratinho” e foi apelidado por algumas vítimas de “Homem Aranha”, aumenta desde o dia em que foi preso pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), 09 de março. Em entrevista ao Campo Grande News , ele disse que é usuário de drogas e gastava cerca de R$ 300 por dia para comprar pasta-base.

Michael conta que furta desde os 13 anos, mesma época em que começou a usar drogas. Esta será a quinta vez que vai a uma Unei. Ele ressalta que nunca praticou assaltos e tem medo de ir para um presídio.

“Só tem gente grande lá e eu de moleque. Unei é uma creche e eu tenho medo de ir para a cadeia”, diz. Embora já tenha feito 18 anos, ele não vai para uma unidade prisional porque praticou todos os furtos enquanto era menor de idade.

No momento da prisão a Polícia Civil acreditava que Michael tinha envolvimento em 40 furtos. No entanto, ele já indicou 15 novos locais onde furtou e a delegada titular da Deaij Maria de Lourdes Cano, recebeu mais oito boletins de ocorrência para investigar se o rapaz também participou das ações. Só hoje ele foi à delegacia para assinar procedimentos referentes a 22 furtos.

O jovem revela que chegou a fazer quatro furtos por noite. Ele analisava as lojas durante o dia e invadia à noite. Em dois casos, o jovem de aproximadamente 1,6 metro de altura e 65 quilos, subia nos telhados para entrar nas lojas, daí o nome "Homem Aranha".

Os alvos eram sempre na área central. Michael preferia comércios que vendiam roupas femininas devido à facilidade de “vender” os produtos em pontos de distribuição de droga. “Roupa troca fácil na boca”, completa.

Michael explica que já passou por várias clínicas de desintoxicação e, o tempo máximo que ficou longe das drogas, foi de nove meses. Ofertas de amigos fizeram com que voltasse a consumir entorpecentes.

Os pais do rapaz trabalham, assim como os irmãos, que ainda estudam. Ele é o único da família que tem envolvimento com o crime.

Michael diz que o primeiro contato que teve com as drogas foi na escola. Ele estudou até o sexto ano e não gosta de frequentar a escola.

O rapaz conta que a mãe o ama e não o abandonou na Unei. Ela faz visitas toda semana.

Já com o pai não tem contato. Michael o conheceu quando tinha 15 anos. À época adolescente, Michael foi morar com o pai mas furtou dois notebooks deles e a relação acabou.

“Agora fiquei viciado em roubar”, sintetiza.

Antecedentes - Ainda enquanto era menor de idade, Michael tinha antecedentes criminais por homicídio e tentativa de homicídio.

Michael praticava as ações com um adolescente de 17 anos, que também foi apreendido na semana passada.

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