Capital

Solidariedade de vizinhos ajuda duas famílias que perderam tudo com fogo

Luciana Brazil | 14/09/2013 17:57
Com a filha no colo, Priscila conseguiu salvar algumas fraldas. Ao fundo, o telhado das casas destruídas.
Com a filha no colo, Priscila conseguiu salvar algumas fraldas. Ao fundo, o telhado das casas destruídas.
Menino que ateou fogo no colchão ganha brinquedo. (Fotos: Cleber Gellio)

Os moradores de duas casas parcialmente destruídas por um incêndio no último dia 12, no bairro Guanandi, em Campo Grande, receberam hoje (14) a ajuda de quem se mobilizou diante da tragédia. O incêndio começou depois que um menino de três anos ateou fogo em um colchão.

Depois de perderem grande parte dos pertences, as famílias receberam roupas, mantimentos, brinquedos, produtos de limpeza e até colchões.

Sem poder voltar para casa, que foi condenada pelo Corpo de Bombeiros, os moradores estão alojados provisoriamente na casa dos vizinhos. Juntos, eles tentam esquecer a história e recomeçar.

A iniciativa de ajudar veio dos membros da Associação de Moradores que presenciaram a destruição do fogo. Em parceria com a rádio comunitária do bairro, Maracanã FM, eles fizeram um belo exemplo de solidariedade.

“Eu vi a movimentação dos bombeiros e vim correndo. Aqui eu presenciei o desespero dos moradores. Eu tinha que fazer alguma coisa”, disse o membro da associação e radialista Ivanor de Oliveira Brites, 39 anos.

O presidente da Associação, Leondas Delmondes, garante que cerca de 100 famílias contribuíram com o pouco que tinham. “Nós somos eleitos para fazer alguma coisa pela comunidade. Saí daqui e fui direto para a rádio ajudar na campanha”.

Foram dois dias intensos de campanha, lembra o outro radialista Everson Nunes, 27 anos.

Construídas no mesmo terreno, as duas residências foram atingidas pelo fogo que começou com uma brincadeira de criança. O filho de uma das moradoras, um menino de três anos, acendeu um isqueiro e ateou fogo no colchão.

Leondas entrega doação que arrecadaram em dois dias de camapanha na rádio comunitária.

“Ele só me chamou depois que o fogo já estava alto. Nós tentamos apagar com balde, mas não dava mais”, contou a dona de casa Francieli Ibanhez Spielman, 22 anos.

Ela conta que o filho é “extremamente curioso”. “Tudo que ele vê, ele quer pegar, Não é a primeira vez que ele pega um isqueiro. Essas doações vão ajudar muito”, lembra ela.

A dona de casa Priscila Costa da Silva, 26 anos, lembra que chegou a pensar que o fogo era uma brincadeira. "Eu só acreditei quando minha vizinha chegou com a sobrancelha queimada. Tetamos apagar, mas não deu. Eu ainda consegui salvar algumas roupas dos meus filhos e alguns pacotes de fralda. Mas a minhas roupas e as do meu marido perdi tudo".
Agora as famílias procuram uma casa para alugar, já que viviam de aluguel nos imóveis destruídos. Em uma das casas, onde moravam quatro adultos e quatro crianças, só a cozinha ficou intacta. Na outra residência, onde viviam três adultos e uma criança, apenas um quarto foi destruído.

No momento do incêndio estavam cinco adultos nas residências e cinco crianças.

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