Socioeducadores cobram estrutura e reconhecimento perante a sociedade
Agentes socioeducadores que atuam nas Uneis (Unidades Educacionais de Internação) de Campo Grande realizaram um manifesto na manhã de hoje (25) no cruzamento da Avenida Afonso Pena, com a Rua 14 de Julho, no centro da Capital. O objetivo é cobrar melhores condições de trabalho e estrutura nas unidades, além do reconhecimento perante a sociedade.
Segundo Valdinei Figueiredo, coordenador da iniciativa em Campo Grande, a ação é uma forma de fazer com que a população tenha conhecimento das atividades desses profissionais, que vai muito além do acompanhamento carcerário.
“O socioeducador está envolvido em todas as atividades que envolvem o adolescente dentro da Unei, desde a escolta até as atividades educativas e de lazer, em conjunto com o trabalho dos assistentes sociais e psicólogos”, comenta.
A agente Rosilaine Arruda, 34 anos, explica que, além da função de guarda e proteção, os agentes atuam efetivamente na “árdua, porém, gratificante tarefa de educação e ressocialização de adolescentes em conflito com a lei”.
“Muitas vezes a gente não é nem visto pela sociedade que não conhece o nosso trabalho. Um dos objetivos dessa nossa movimentação é mostrar que temos um papel importante junto a esses adolescentes, principalmente neste momento em que é discutido um assunto tão polêmico como a redução da maioridade penal”, ponderou.
Rosilaine ressalta que o trabalho desenvolvido por eles (agentes) tem como o objetivo fazer o resgate de valores éticos e morais.
“A gente trabalha com a construção e reconstrução de projetos de vida. Formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres. E por isso a gente reivindica neste momento melhores estruturas e condições para atender essa criança de forma adequada. E o grande problema é que não podemos oferecer isso de forma continuada, e quando o adolescente sai de lá (Unei) ele volta pro mundo do crime”, lamentou.
Campanhas - Em janeiro, os agentes realizaram uma campanha de sangue envolvendo todos os 300 servidores da função do Estado.
Para julho está prevista uma campanha do agasalho, arrecadação de brinquedos em outubro e pelo menos mais uma ação até o final do ano.