Capital

Sobrevivente da gripe, mulher relata drama no CTI e 15 dias longe do filho

João Humberto | 01/06/2016 17:02
Sonia teve gripe A e ficou 15 dias sem ter contato com o filho que estava na Santa Casa aguardando resultado de exame (Foto: Alcides Neto)
Sonia teve gripe A e ficou 15 dias sem ter contato com o filho que estava na Santa Casa aguardando resultado de exame (Foto: Alcides Neto)

Diagnosticada com gripe H1N1 – também chamada gripe suína – no dia 17 de maio, a dona de casa Sonia Aparecida Ferreira, 42 anos, quer esquecer o período em que ficou internada à beira da morte e os 15 dias que ficou longe do filho, o pequeno Emanuel, de um ano e 11 meses. A mulher, já recuperada, respirou aliviada na tarde desta quarta-feira (1º), quando recebeu o resultado do exame da criança: negativo.

Sonia explica que no dia 14 de maio levou o filho até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida para consulta, já que a criança estava muito resfriada. No local, foi diagnosticada gripe comum e no outro dia, ela e o marido levaram Emanuel até o Hospital da Criança para fazer raio-x.

Como o raio-x não pôde ser feito lá, o casal se dirigiu até o Hospital Miguel Couto, da Unimed, e também não conseguiu realizar o exame. No entanto, Sonia começou a passar mal e teve que ser internada no local sob suspeita de gripe. Ela foi encaminhada ao CTI (Centro de Terapia Intensiva) e permaneceu em isolamento até o dia 22, quando foi liberada.

Ao Campo Grande News, a dona de casa diz acreditar que contraiu o vírus quando levou o filho a UPA da Vila Almeida. “Tinha muita gente na fila e muitos estavam gripados. Tenho certeza absoluta que fui contaminada ali”.

Na Santa Casa há quatro casos confirmados de gripe suína, de acordo com a assessoria de imprensa (Foto: Alcides Neto)

Criança com suspeita – Como Sonia ficou internada no Hospital Miguel Couto, o marido levou o filho do casal até o Hospital São Lucas para fazer exame de raio-x. Sob suspeita de dengue, a criança foi encaminhada ao Hospital da Criança, onde ficou internada por cinco dias.

Depois dessa data, Emanuel foi transferido para a Santa Casa e ainda permanece no local sob observação, já que resultado divulgado hoje aponta que ele não foi contaminado pela gripe. Do dia 15 até o dia 30, Sonia não teve contato com o filho, que ficou sob os cuidados do pai no hospital.

Mesmo ela sendo liberada no dia 22, havia perigo de Emanuel poder contrair o vírus da mãe. Sonia lembra que após a liberação, teve que fazer nova peregrinação em busca do medicamento Tamiflu.

Como tinha que tomar dois comprimidos por dois dias, anunciou no facebook que estava precisando do medicamento. “Recebi a notícia de uma jovem que disse ter feito tratamento e que possuía alguns comprimidos, só que em contato com ela eu recebi a informação de que ela já tinha dado para outra pessoa”.

Com sorte, Sonia acabou indo até a UPA da Vila Almeida e conseguiu os quatro comprimidos. Nesta quarta-feira, estava radiante após saber que o pequeno Emanuel não está com gripe.

A respeito dos dias angustiantes, ela ressalta que ‘não deseja a dor nem para o pior inimigo’. “Eu sentia muita dor, saía muita coriza do meu nariz, fiquei com muita febre e bastante fraca”, comenta.

Pela manhã, o Campo Grande News noticiou que havia 19 pacientes aguardando resultados de exames na Santa Casa. Com o resultado negativo de Emanuel, diminuiu para 18. A gripe já matou 32 pessoas este ano em Mato Grosso do Sul, recorde desde a detecção do vírus, em 2009.

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