Capital

Servente que matou por disputa de território no tráfico de drogas vai a júri

João Carlos foi assassinado durante a “maior onda de homicídios” registrada em julho de 2014

Danielle Valentim | 02/08/2018 06:25
João foi atingido por três tiros e morreu no Hospital Regional. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
João foi atingido por três tiros e morreu no Hospital Regional. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Depois de quatro anos do crime, o servente de pedreiro Tony Roger Ayala Barthman, de 22 anos, será julgado na manhã desta quinta-feira (2) por matar a tiros João Carlos Chaves dos Santos. O crime teria sido motivado por disputa de gangues e território na venda de drogas. A vítima foi assassinada durante a “maior onda de homicídios” registrada em julho de 2014.

Segundo o Ministério Público, o crime aconteceu por motivo torpe, devido à disputa de gangues e venda de entorpecentes, pois o acusado queria se livrar da vítima para ter controle exclusivo da região. Além disso, o crime teria sido cometido com recurso que dificultou a defesa da vítima, uma vez que o autor chegou sacando a arma e atirando.

A promotoria reiterou, ainda, que Tony portava há oito meses, uma arma de fogo de uso permitido, tipo revólver, calibre 38, mas sem autorização e em desacordo com determinação legal.

O MP, por fim, acusou Tony pelos crimes de homicídio e porte arma, mas pediu o afastamento da qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima.

A defesa pediu a absolvição do acusado com relação ao crime do porte de arma, em razão do princípio da consunção, ou seja, aplicável nos casos em que há uma sucessão de condutas e que o crime final absorve o crime do meio, bem como o afastamento das qualificadoras.

No entanto, o juiz titular da vara, Carlos Alberto Garcete de Almeida, aceitou a denúncia do MPE e pronunciou o réu por homicídio doloso por motivo torpe e também pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

O crime - O crime aconteceu no dia 27 de julho de 2014, por volta da 17 horas, na Rua Engenheiro Edno Machado, no Jardim Santa Emília. A vítima estava com dois amigos circulando em seu veículo pelo bairro, quando parou para conversar com uma mulher.

Nesse momento Tony conduzindo outro veículo, parou em frente à vítima e, do interior do automóvel, estendeu o braço pela janela disparou seis vezes contra João, que foi atingido por três projéteis. Os amigos de João o levaram ao Hospital Regional, na tentativa de socorrê-lo, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

Outro caso - Um ano depois do assassinato de João Carlos, Tony teria se envolvido na morte de Lyniker Castro de Figueiredo, na época com 19 anos, no Bairro Guanandi. A hipótese foi levantada após Tony ser preso pela Polícia Civil por tráfico de drogas no Jardim São Conrado. No entanto, o julgamento desta manhã não tem relação.

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