Capital

Sem secretários, audiência sobre Santa Casa tem dívida como tema principal

Luciana Brazil e Mariana Lopes | 21/11/2012 14:44
Audiência Pública foi realizada na manhã desta quarta-feira (Foto: Mariana Lopes)
Audiência Pública foi realizada na manhã desta quarta-feira (Foto: Mariana Lopes)

Durante audiência pública realizada na manhã de hoje na Câmara Municipal de Vereadores, a Comissão Especial de Parlamentares debateu a situação crítica por qual passa a Santa Casa de Campo Grande. Em discussão calorosa, a comissão ressaltou, de forma unânime, a importância de o hospital retornar à administração da Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG).

Desde 2005, quando a junta interventora da Santa Casa, formada pela secretária Estadual de Saúde Beatriz Dolbhashi e pelo secretário Municipal Leandro Mazina, além de três técnicos, assumiu o hospital, a dívida da entidade tem aumentado vertiginosamente. O saldo negativo que era de R$37 milhões saltou para R$129 milhões.

Os secretários, convidados para a audiência de hoje, não compareceram, o que foi visto como descaso pelos parlamentares. A vereadora Thais Helena (PT) que havia convidado Mazina e Dolbashi para a audiência frisou que na próxima sessão os secretários serão convocados a estarem presentes.

O vereador Dr. Loester (PMDB), presidente da comissão, explicou que a audiência tinha também como objetivo a produção de um relatório que descreva a situação do hospital, já que alguns vereadores estão finalizando o mandato e novos parlamentares iniciam na Casa de Leis.

Em pronunciamento, o vereador Athayde Nery (PPS), relator da comisão, se solidarizou com a associação fez questão de frisar que o hospital deve ser devolvido a associação.

Valter Pereira, ex-senador e membro da Associação Beneficente, acusou o MPE (MINistério Público Estadual) de fazer corpo mole, diante da situação. “Estão assaltando a Santa Casa e não tem ninguém que faça a fiscalização. Reduziram o atendimento pela metade e triplicaram o gasto, além da dívida que só aumentou”.

Segundo o presidente da ABCG, Wilson Teslenco, a associação está preparada para assumir, mas reforçou a idéia que os cargos devem ser assumidos por técnicos.

“Não queremos políticos nos cargos, mas sim profissionais técnicos para fazer a gestão do hospital”.

O fim da intervenção do hospital está prevista para abril do próximo ano, de acordo com a determinação da justiça. Wilson destaca que a expectativa é da entrega, mas se ela não ocorrer até o tempo determinado, que seja menos, iniciado o processo de transição.

A Comissão Especial para apurar problemas da Santa Casa enviou 13 questões à junta, mas segundo a comissão, apenas oito.

A junta interventora foi nomeada após ação conjunta dos Ministérios Público, Estadual Federal e do Trabalho.

Nos siga no