Capital

Sem repasse do município, City Tour pode parar pela 2ª vez em 11 anos

Antonio Marques | 18/07/2015 09:03
Em uso há 11 anos, o ônibus do City Tour, que tem enfrentado problemas frequentes com manutenção, pode parar em setembro (Foto: Marcos Ermínio)
Em uso há 11 anos, o ônibus do City Tour, que tem enfrentado problemas frequentes com manutenção, pode parar em setembro (Foto: Marcos Ermínio)

Funcionando na Capital desde de 2004, o City Tour de Campo Grande ameaça parar os passeios turísticos a partir de setembro por falta de repasse financeiro da prefeitura municipal. A decisão foi tomada pela diretoria do Campo Grande Convention e Visitors Bureau e anunciada em reunião do Comtur (Conselho Municipal do Turismo), no início do mês. A interrupção das atividades será por tempo indeterminado.

De acordo com a direção do Campo Grande Convention e Visitors Bureau, órgão responsável por captação de eventos para a Capital e que promove o City Tour em parceria com a prefeitura municipal, o serviço do ônibus que faz o passeio turístico na cidade, deve funcionar nos meses de julho e agosto por conta dos pacotes já contratados e por estar em período de férias.

Conforme nota divulgada pelo Convention e Visitors Bureau, a interrupção das atividades é necessária devido “a questões técnicas e administrativas”, mas o Campo Grande News apurou que a falta do repasse mensal da prefeitura no valor de R$ 8 mil desde o início de 2015 está inviabilizando o passeio turístico na Capital.

Por conta da falta de recursos, o Convention já demitiu três funcionários e outros dois estão de aviso prévio, além dos salários em atraso. Conforme uma pessoa diretoria, que preferiu não se identificar, o órgão estaria aproveitando as férias de julho, quando o serviço é mais procurado, para colocar os valores atrasados dos funcionários em dia.

Em meses de baixa temporada, o serviço atende em média 1.300 turistas, mesmo com as quebras frequentes do ônibus, que está em uso há 11 anos. “Devido ao tempo de uso, o ônibus tem ficado mais tempo na oficina do que deveria”, comentou um membro da diretoria do Convention e Visitors Bureau. Na alta temporada, como neste mês com as férias, a média de turistas que procuram o passeio chega a 4 mil.

Com capacidade para comportar 74 passageiros por viagem, o serviço existe em Campo Grande desde 2004 e ao longo desses 11 anos parou uma única vez, em 2013, quando o veículo precisou passar por reformas, que foi custeada pelo Convention.

Conforme a parceria entre a prefeitura e o órgão de captação de eventos da Capital, o município deve repassa mensalmente R$ 8.015,00, sendo R$ 5 mil da secretaria de Governo, e R$ 3.015,00 da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia e Agronegócio). Recursos para pagamento dos funcionários do City Tuou. A prefeitura também deveria arcar com os custos de manutenção do ônibus, que é de propriedade do município.

Com a interrupção desses repasses desde janeiro, até a manutenção do veículo estaria sendo custeada pelo Convention e Visitors Bureau. A reportagem apurou que os 7 guias turísticos, pagos pela prefeitura, que atendem ao City Tour estão em greve desde o mês de junho. “Os guias só acompanham os passeios mediante ao pagamento de diárias”, comentou o integrante da diretoria do órgão.

Para participar do passeio turístico, a pessoa paga uma taxa de R$ 30,00 para visitar cerca de 42 pontos turísticos de Campo Grande. São realizados dois passeios por dia, um de manhã e outro à tarde, de terça-feira a domingo.

Ônibus novo – A diretoria do Convention e Visitors Bureau disse que desde à gestão do prefeito Nelson Trad, em 2011, vem solicitando a possibilidade de um novo ônibus para o City Tuor. Isso possibilitaria mais passeios e evitaria interrupção do serviço quando o ônibus vai para oficina.

Mas no momento, a prioridade da prefeitura deveria ser a regularização do repasse mensal e o cumprimento do que estabelece o contrato de parceria para a manutenção do serviço aos turistas que visitam a Capital. “Não é momento de pensar em novo ônibus, se não consegue manter o atual”, reclamou o membro da direção do órgão.

Na semana passada, a prefeitura solicitou à Câmara Municipal crédito suplementar no valor de R$ 1,4 milhão, que seria destinado à Sedesc para fazer a aquisição de novo ônibus. Porém, na negociação com os vereadores, esse valor foi retirado do projeto de lei aprovado na última quarta-feira, 15, que aprovou R$ 57 milhões de créditos adicionais ao prefeito.

Procurado para falar sobre o assunto, o titular da Sedesc, Natal Baglioni Meira Barros, não atendeu as ligações e a assessoria da prefeitura não havia retornado até o fechamento da matéria.

Na época de férias, o City Tour atende até 4 mil turistas que vêm conhecer a cidade Morena (Foto: Marcos Ermínio)
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