Capital

Sem medo da vacina para adolescentes, pais comemoram fim do "ciclo"

Nem mesmo orientação de Ministério e fila longa desanimaram adolescentes e responsáveis, na tarde desta sexta

Liniker Ribeiro e Aletheya Alves | 17/09/2021 14:39
Carlos levou o filho para tomar segunda dose contra covid e afirma que discussão deve ser outra. (Foto: Paulo Francis)
Carlos levou o filho para tomar segunda dose contra covid e afirma que discussão deve ser outra. (Foto: Paulo Francis)

Mesmo após o Ministério da Saúde recomendar a suspensão da vacinação de adolescentes contra a covid-19 alegando riscos de reações diversas, pais e responsáveis de pessoas com idades entre 12 e 17 anos comemoraram a decisão da SES (Secretaria Estadual de Saúde) de dar continuidade ao ciclo de imunização do grupo. A confiança é baseada em estudos que comprovam a eficácia e permitem a imunização do grupo. 

“Não fiquei com medo, porque tinha certeza que no Estado, a vacina continuaria. A gente tem que confiar nos estudos e a primeira dose dele [do filho] não deu nenhuma reação. Hoje, viemos concluir, porque só faltava ele em casa e a irmã mais nova, que ainda não tem idade para tomar”, comemorou Léa Tatiane de Souza, de 42 anos, que levou o filho de 16 anos para vacinar.

Adolescente tomando a segunda dose da vacina contra covid-19. (Foto: Paulo Francis)

A mãe lembrou ainda, de discussões anteriores sobre a vacina. “Isso que eles estão falando agora, de possíveis reações, é a mesma discussão que tivemos meses atrás, quando nós estávamos tomando a primeira dose. Então, está tudo certo”, ressaltou.

Nem mesmo a longa fila, registrada no drive-thru Albano Franco, na tarde desta sexta-feira (17), desanimou quem foi em busca da segunda dose.

Apesar da fala do ministro Marcelo Queiroga, responsáveis de adolescentes garantem não terem ficado apreensivos para a suspensão da vacinação na Capital.

Júlio Barbosa, de 38 anos, foi levar o filho adolescente para tomar a segunda dose e também afirmou não ter se assustado com o anúncio do governo. “Vi ontem o que o ministro falou, mas logo fiquei sabendo que aqui não paralisaria. Então, não viemos com pressa, mas sim, porque era o dia já previsto para ele tomar. Sabemos dos estudos e que tinha sido autorizado”, destacou.

Pai de um menino de 16 anos, Carlos Demirdjian, de 59 anos, levanta outra discussão sobre o assunto. “Eu não entendi o porquê do ministro ter dito aquilo na coletiva. Sabemos que é comprovada a possibilidade dos adolescentes tomarem, não faz sentido a questão de reações. Ele tomou a primeira dose, ficou bem, e viemos garantir a segunda. O problema parece mais a quantidade de doses do que reação”, argumenta.

Continua – Em Mato Grosso do Sul, a SES orientou as prefeituras a continuarem com a imunização de adolescentes de 12 a 17 anos. Campo Grande seguiu a recomendação e, inclusive, o prefeito Marquinhos Trad teve de assinar um "termo de responsabilidade" para seguir com a vacinação.

Fila no Albano Franco não desanimou adolescentes, nem responsáveis. (Foto: Paulo Francis)

"Existem registros de crianças e adolescentes que contraem o vírus e são levados a óbito. A partir do momento que há registo, eles também têm o direto de serem vacinados. Assinei o termo de responsabilidade e determinei a sequência da vacinação desses adolescentes em Campo Grande", justificou o prefeito.

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