Capital

Sem inquérito, família de jovem morto em acidente espera por respostas

Mariana Lopes | 21/09/2012 20:14

Sem inquérito, família de jovem morto em acidente espera por respostas

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Há quatro meses, Andrea e o pai buscam respostas sobre o acidente de Igor (Foto: Mariana Lopes)
Há quatro meses, Andrea e o pai buscam respostas sobre o acidente de Igor (Foto: Mariana Lopes)

Era uma terça-feira, 15 de maio de 2012, quando a professora Andrea Ferraz Oliver, 45 anos, recebeu a notícia de que o irmão caçula havia sofrido um acidente na estrada e não resistiu à colisão. De lá para cá, ela busca saber o que aconteceu, o que ocasionou o acidente e quem é o motorista do outro veículo. “Mas a única resposta que tive até agora é de que o inquérito ainda não foi concluído”, afirma.

O acidente aconteceu na BR-060, próximo a Camapuã, a 133 quilômetros de Campo Grande. Igor Ferraz Oliver, de 24 anos, vinha de Chapadão do Sul para a Capital quando a carreta conduzida por Roberto Fernandes da Cruz, 49 anos, invadiu a pista e bateu de frente com o carro do jovem, um Gol.

“Todos os jornais relataram que o caminhão fez ultrapassagem em faixa contínua, mas cadê a perícia para confirmar?”, questiona Andrea. O impacto frontal deixou o carro de Igor em pedaços e o rapaz morreu na hora. “Tive que enterrar meu irmão com o caixão fechado, ele ficou desfigurado”, lembra a professora.

O Boletim de Ocorrência foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, com todos os dados de Igor, mas com informações incompletas sobre o condutor do caminhão, apontado também como vítima. No BO consta que Roberto teve escoriações e foi encaminhado até o hospital de Camapuã e liberado logo após o atendimento médico.

Das poucas informações que Andrea tem sobre o acidente que ocasionou a morte do irmão, o que mais a intriga é o relato de testemunhas que afirmam que a polícia foi acionada por um jovem que fez a ligação por um orelhão localizado em um posto de combustível próximo do local da colisão.

“Quem é esse rapaz? Será que era ele quem estava dirigindo o caminhão? Por que a polícia não mencionou qualquer informação sobre ele? Eu não sei, enquanto não me esclarecerem os fatos, o que me resta é ficar deduzindo, levantando suposições”, diz Andrea.

O carro de Igor ficou totalmente destruído (Foto: Edição MS)

A angustia de Andrea é compartilhada pelo pai, o pastor Stanley John Oliver, 78 anos, que desde a morto do filho caçula também espera por uma resposta da polícia. “É no mínimo estranho que um delegado tome nota sobre meu filho e não tenha informações sobre o outro lado. Não tenho raiva, mas são dúvidas que apertam o coração”, conta.

As únicas informações no boletim de ocorrência sobre o motorista do caminhão são nome, idade, nome dos pais e número dos documentos pessoais. O endereço de Roberto indicado no BO é apenas “457A - Chapadão do Sul/MS”.

De acordo com o delegado de Camapuã, Giulliano Carvalho Biacio, responsável pelo caso, o inquérito foi instaurado no prazo, mas ele está aguardando o laudo da perícia que irá apontar a dinâmica do acidente. O prazo é até outubro.

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