Capital

Sem equipamentos para montar home care, mãe luta para evitar contágio de bebê

Decisão judicial obriga tanto a Secretaria Estadual de Saúde quanto a prefeitura de Angélica a prestarem assistência médica

Maressa Mendonça | 08/07/2020 17:01
Giselly com o filho Eduardo na CTI Pediátrica do Hospital Universitário (Foto: Arquivo Pessoal)
Giselly com o filho Eduardo na CTI Pediátrica do Hospital Universitário (Foto: Arquivo Pessoal)


Uma mãe de 28 anos vive um drama há nove meses desde o nascimento prematuro de Eduardo, diagnosticado com broncodisplasia e hipertensão pulmonar. O bebê vive no Hospital Universitário em Campo Grande desde que nasceu, mas pode receber sob a condição de uma UTI ser montada na casa dele. 

Gisele Gonçalves dos Santos entrou na Justiça e teve decisão favorável contra o Estado e o município de Angélica, sede do distrito de Ipezal onde a família mora, mas até o momento não recebeu os aparelhos. 

A preocupação de Gisele é que Eduardo seja infectado pela covid-19, como já ocorreu com outros cinco profissionais de saúde do setor onde ele está, o CTI Pediátrico do HU . “Meu filho corre risco de vida a todo o momento. O pulmão dele já é todo machucado. Se ele pegar isso, ele morre”, diz, se mostrando desesperada. 

As doenças de Eduardo têm relação com o fato de ele ter nascido prematuramente. Ele precisou de ventilação mecânica durante muito tempo e isto resultou em inflamações nos pulmões. 

Bercinho montado para receber Eduardo (Foto: Arquivo Pessoal)


Gisele conta que Eduardo tomou antibióticos durante 4 dos 9 meses de vida e desde o mês passado apresentou melhora no quadro. O problema é que quanto mais tempo ele passa internado, maiores os riscos de contrair uma infecção hospitalar, como já ocorreu em datas anteriores. “Estou morrendo de medo. Ele precisa vir para a casa”. 

O quarto de Eduardo está preparado para recebê-lo desde outubro de 2019 e no mês passado a família pensou que o sonho seria concretizado, mas isto não ocorreu. 

Uma decisão da juíza Bruna Tafarelo, da comarca de Angélica, deu prazo de 10 dias para o Governo do Estado e a prefeitura do município providenciarem o atendimento médico do menino. A sentença é do dia 3 de junho. 

Em resumo, Estado ficou responsável pelo fornecimento dos equipamentos e prefeitura de Angélica pelos serviços das equipes profissionais: médicos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas e fonoaudiólogos. 

A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou ter depositado em juízo o valor para compra de fralda tamanho M, aspirador de secreção portátil, oxímetro digital, espaçador e inalador, mas ainda faltam alguns equipamentos. 

Conforme a secretaria, o processo licitatório para a compra do concentrador e do ventilador mecânico já está em andamento, mas há uma demora das empresas em apresentar as propostas em decorrência da pandemia do coronavírus.

A reportagem do Campo Grande News também entrou em contato com a secretária municipal de saúde, Francielli Fascincani. Ela respondeu que logo após a instalação dos equipamentos, a equipe do município ficará à disposição. 

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