Capital

Sem colchão suficiente, abrigados do Cetremi dormem no chão

Christiane Reis e Richelieu de Carlo | 29/01/2017 13:19
Pessoas que buscaram os serviços do Cetremi dormiram em cima de cobertores. (Foto: Direto das Ruas)
Pessoas que buscaram os serviços do Cetremi dormiram em cima de cobertores. (Foto: Direto das Ruas)

Cobertores espalhados pelos corredores tomaram o lugar dos colchões, onde dormem vários abrigados do Cetremi (Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante), segundo denúncia feita ao Campo Grande News. Além das condições inadequadas no momento de dormir, o denunciante, que pediu para não ser identificado, apontou que muitos dos que chegam ao local também são direcionados a trabalhar na cozinha.

“Isto está errado, porque alguns são moradores de rua e por esse motivo acabam pertencendo a grupo de risco de diversas doenças, com as DST's e Tuberculose”, reclamou a fonte, complementando ainda que diversos idosos e pessoas com deficiência frequentam o local, “ estão fazendo um limpa na cidade e levando as pessoas para o Cetremi, ai quando chegam lá a situação é essa”.

Ainda segundo a denúncia, em um dos dias da semana passada havia pelo menos 150 pessoas, que na hora de dormir foram acomodadas em cima de cobertores.

Outro lado – Em visita ao HU (Hospital Universitário), na manhã deste domingo, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) falou com o Campo Grande News sobre o assunto e lembrou que esteve o Cetremi no dia 20 de janeiro, quando constatou que havia três cozinheiros no local.

Por conta do acordo com Omep (Organização Mundial para Educação Pré-escolar) e Seleta (Sociedade Caritativa e Humanitária), que culminou na demissão de terceirizados, dois profissionais foram demitidos, restando apenas um. Neste dia, um migrante ajudou a cozinheira. “Era um migrante e não tinha nenhum tipo de doença”, disse.

Sobre a superlotação, o prefeito disse que constatou durante a visita ao local, a necessidade de encontrar um local que possa separar homens e mulheres, além de identificar quem integra população de rua e quem é migrante. “Ali é um lugar para pessoas em trânsito”, disse, lembrando que as equipes farão levantamento da situação. Ele não informou quando o levamento deve ficar pronto. 

Em dezembro do ano passado, por conta do impasse que envolvia Omep e Seleta, que mantinham terceirizados no Cetremi, o local foi fechado e ao menos 90 abrigados colocados na rua. No dia 22 de dezembro o local foi reaberto por conta de decisão judicial.

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