Capital

Adolescente que matou irmãos estava agressivo, afirmam pais à Polícia

Mariana Lopes e Viviane Oliveira | 10/04/2012 10:35

Na manhã de hoje, a delegada Maria de Lourdes ouve seis pessoas sobre o caso do garoto que matou os irmãos

Policiais conduzem adolescente que matou os irmãos para depoimento. O jovem está entre os investigadores. (Foto: Minamar Junior)
Policiais conduzem adolescente que matou os irmãos para depoimento. O jovem está entre os investigadores. (Foto: Minamar Junior)

Prestaram depoimento na manhã de hoje (10), os pais do adolescente de 15 anos que matou os irmãos Rodrigo dos Santos Vilar, 20 anos, e Walquiria dos Santos Vilar, 22 anos, no último sábado (7) na rua Arariba, no bairro Moreninha II, em Campo Grande.

O policial civil aposentado Paulo Vilar e a esposa, Sônia Vilar, disseram à delegada Maria de Lourdes, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), que o garoto andava agressivo nos últimos dias.

Os pais não souberam justificar o motivo da mudança no comportamento do filho. Segundo a delegada, eles relataram que o garoto tinha "implicância" típica de irmãos e negou informação dada anteriormente de que ele tinha discutido com a irmã na noite anterior ao crime. “A menina estava no computador e o adolescente puxou o fio e desligou o aparelho. Era esse tipo de implicância que ele tinha”, diz a delegada.

Em depoimento, Paulo Vilar disse que mantinha a porta e a janela do quarto trancadas, por conta da arma. A delegada acredita que o adolescente tenha se aproveitado da distração de um dos serventes que faziam a reforma no quarto do casal e deixou a janela sem cadeado, para entrar e pegar a arma.

Para Maria de Lourdes, o garoto planejou a morte dos irmãos, mas afirma que ainda há muita informação contraditória. “Não conseguimos tirar um parâmetro do crime, não dá para saber se ele queria matar só o irmão e matou a irmã porque ela viu ele atirando, ou se realmente queria matar os dois”, pontua.

Em duas horas de depoimento, os pais também garantiram que o menino nunca pegou em uma arma. A delegada confirmou que ele atirou nos irmãos a uma distância muito pequena.

Sobre o fato de o garoto ser filho adotivo do casal, a delegada garante que não interfere no caso. Segundo ela, 95% dos adolescentes infratores se envolvem em crimes por não terem acompanhamento familiar e serem influenciadas pelo ambiente no qual vivem do que por fatores biológicos.

Depoimentos – Ainda na manhã de hoje, a delegada Maria de Lourdes ouve mais quatro pessoas, sendo uma a vizinha que ouviu os disparos dos tiros e outras duas pessoas que receberam ligação do adolescente.

O adolescente será o último a ser ouvido pela delegada, que, segundo ela, foi estratégia para ele não encontrar com os pais. Desde o dia do crime, os três não se viram ainda.

Hoje será a segunda vez que o adolescente prestará depoimento sobre o duplo homicídio. De acordo com Maria de Lourdes de Souza Cano, há divergências em informações repassadas por ele, além de não estar clara, ainda, a motivação do crime. “Nós queremos esclarecer as divergências e saber porque dele matou os irmãos, qual foi o motivo”, explicou a delegada.

Paulo Vilar pode responder por omissão de cautela, e o adolescente vai responder por duplo homicídio qualificado, por motivos torpe, fútil, emboscada ou traição.

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