Capital

Santa Casa está sem atendimento cardiológico no Pronto-Socorro

Aline dos Santos | 02/08/2012 12:58

Plantão nunca funcionou como prevê portaria do Ministério da Saúde

A Santa Casa de Campo Grande está há cinco dias sem atendimento cardiológico no Pronto-Socorro. Os médicos exigem que o hospital cumpra a portaria do Ministério da Saúde que obriga a ter cardiologista 24 horas na unidade.

De acordo com o coordenador da cardiologia, Waldir Salvi, a categoria negocia desde janeiro com a direção, mas, em junho, foi informada de que o hospital não tem dinheiro para manter plantonista 24 horas.

“O plantão já é cumprido para cirurgião-geral, anestesista, radiologista. Mas na hora da cardiologia, a Santa Casa diz que não tem dinheiro”, afirma Salvi. O plantão pode chegar a R$ 100 à hora e pode ser feito em regime de 6h ou 12h.

Sem acordo, os cardiologistas comunicaram à direção do hospital e ao CRM/MS (Conselho Regional de Medicina) que suspenderiam o atendimento a partir de 28 de julho.

O coordenador explica que o plantão nunca funcionou como prevê a portaria do Ministério da Saúde. Até a paralisação, os cardiologistas mantinham uma escala de sobreaviso, ou seja, o profissional era chamado ao hospital em caso de urgência.

Em geral, os chamados acontecem quando o Samu ou bombeiros levam pacientes com infarto. No entanto, o plantonista também faz o risco cirúrgico, avaliação antes de o paciente ser operado, e ajuste da medicação, por exemplo, a pacientes hipertensos.

A Santa Casa também tem uma unidade coronariana, que não sofreu paralisação. Porém, o plantonista do setor deve permanecer no CTI cardíaco e, monitorar, no máximo, dez pacientes.

Conforme Waldir Salvi, a direção informou que poderia, apenas, manter plantonista durante o dia. A proposta foi recusada, porque a categoria lembra que não existe hora para se ter um infarto.

Preocupante - Segundo Sérgio Ocampos, diretor clínico em exercício da Santa Casa, a paralisação é preocupante e já foi informada à direção. Segundo ele, no começo da semana, houve reunião entre a junta administrativa e secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi.

Em seguida, os diretores repassaram que o plantão não seria pago por falta de recurso. De acordo com Sérgio, a paralisação afeta a realização de cirurgias, que não podem acontecer sem análise de risco cirúrgico. Sem cardiologista no Pronto-Socorro da Santa Casa, sobra apenas o HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian como opção para atendimento.

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