Capital

Réu por receptação em caso de Mayara Amaral é excluído de júri

Anderson Sanches responde por ter comprado o carro da musicista depois que ela foi assassinada por Luís Alberto Bastos Barbosa

Geisy Garnes | 25/03/2019 19:00
Mayara Amaral foi assassinada em julho de 2017 (Foto: Reprodução/Facebook)
Mayara Amaral foi assassinada em julho de 2017 (Foto: Reprodução/Facebook)

Anderson Sanches Pereira, réu no processo da musicista Mayara Amaral por receptação, foi excluído do júri popular que aconteceria na sexta-feira, dia 29 de março, no plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Agora, Luís Alberto Bastos Barbosa, assassino confesso da jovem de 27 anos, irá a julgamento sozinho.

Em julho de 2017 a suposta confissão de Luís Alberto levou Anderson e Ronaldo da Silva Olmedo, o “Cachorrão” para a prisão. Dias depois, o réu mudou o primeiro depoimento e afirmou ter cometido o crime sozinho.

Anderson chegou a ser preso por latrocínio, roubo seguido de morte (Foto: Arquivo)

Anderson passou a responder por receptação, já que comprou o carro de Mayara, um Gol modelo antigo, logo depois do crime por R$ 1 mil. Ainda assim esperou por quase três semanas preso, primeiro em celas de Derf (Delegacia Especializada de Roubo e Furto) e depois do Presídio de Trânsito de Campo Grande, até que a liberdade de fato viesse.

Ao longo de 2018 respondeu pelo crime de receptação no mesmo processo em que Luís Alberto é acusado de homicídio qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.

O julgamento dos dois também aconteceria no mesmo dia - na sexta-feira, dia 29 de março - mas considerando que o crime de Anderson é de menor potencial ofensivo, com pena máxima de um ano, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a suspensão condicional do processo.

No dia 15 de março a audiência foi marcada e nesta tarde, há apenas quatro dias do julgamento, o juiz Aluízio Pereira dos Santos confirmou que Anderson não vai a júri. Segundo a decisão, por dois anos ele cumprirá medida cautelar, vai se apresentar todo mês a justiça e não poderá sair de Campo Grande por mais de oito dias sem autorização judicial.

Após a sentença, Anderson deixou a sala de audiência ao lado do advogado, Ilton Hasimoto. “Ainda vou pagar por algo que não era para ter acontecido”, lamentou. Segundo ele, o desejo agora é pedir pela reparação dos dias em que ficou preso acusado de um crime que não cometeu, o de latrocínio.

Trabalhando hoje como DJ, Anderson conta que a profissão veio da falta de oportunidade, já que por conta do episódio não consegue emprego com carteira assinada. “Consegui comprar o equipamento depois que vendi um carro velho que eu tinha e agora trabalho como autônomo, em festas”, explicou.

Na sexta-feira Luís Alberto vai a júri sozinho. Em depoimento a justiça alegou que matou Mayara no dia 25 de julho durante uma “briga besta”, regada com muito álcool e uso excessivo de droga em um motel. O corpo da musicista foi encontrado no dia seguinte, carbonizado em uma estrada vicinal na região do Inferninho, na saída de Campo Grande para Rochedo.

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