Capital

Reincidente, dono de bar que dirigia Porsche alega que não notou atropelamento

Polícia Civil disse que investiga se empresário consumiu bebida alcoólica antes de causar acidente

Por Dayene Paz e Ana Beatriz Rodrigues | 05/04/2024 18:03
Reincidente, dono de bar que dirigia Porsche alega que não notou atropelamento
Delegada Priscila Anuda durante coletiva de imprensa. (Foto: Alex Machado)

O empresário Arthur Torres Rodrigues Navarro, de 33 anos, se apresentou à polícia duas semanas após causar acidente, em Campo Grande, que matou o motoentregador Hudson de Oliveira Ferreira, de 39 anos. Para a delegada Priscila Anuda, que investiga o caso, ele declarou que não percebeu a colisão com a moto da vítima. 

Arthur é reincidente. Em 2014, também atropelou um motoqueiro, que teve graves ferimentos, mas sobreviveu. 

No dia 22 de março deste ano, Arthur dirigia um Porsche Cayenne, veículo de pouco mais de R$ 1 milhão, que pertence ao pai dele. Naquela noite, contou que recebeu ligação da esposa grávida, que estava passando mal, e então saiu junto com um funcionário do bar, no qual é sócio-proprietário. Ele afirma que "estava rápido", mas a velocidade do Porsche, segundo a delegada, será analisada ainda por um especialista da área.

Reincidente, dono de bar que dirigia Porsche alega que não notou atropelamento
Paralama de Porsche faltando; peça é vendida por mais de R$ 800 na internet (Foto: Alex Machado)

Arthur e o funcionário, no banco do passageiro, saíram em direção a casa do empresário pela Rua Antônio Maria Coelho, quando ocorreu a batida com a moto de Hudson, que fazia percurso de entregas na região. A vítima chegou a ser socorrida, mas não resistiu e morreu. 

Quando chegaram na casa, o funcionário chegou a informar para Arthur que acreditava ter ocorrido um acidente no trajeto, mas não deram a devida atenção. Na sequência, o empresário entregou o carro para um familiar, que escondeu o Porsche - localizado posteriormente no Bairro Santa Fé. 

Com ajuda de câmeras de segurança, a polícia chegou até a identificação do autor do acidente e até o Porsche. Foi então que o advogado de Arthur entrou em contato e afirmou que apresentaria o cliente e o carro. O que foi feito nesta sexta-feira, 5 de abril. 

As investigações continuam e a delegada afirmou que analisa se vai indiciar o funcionário que avisou sobre o acidente e "não fez nada", por omissão de socorro, e o familiar que escondeu o Porsche, por favorecimento pessoal. Além disso, investiga se o empresário ingeriu bebidas alcoólicas antes do acidente que matou Hudson. 

Arthur foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Não é o primeiro motociclista que ele atropela. No dia 19 de agosto de 2014, colisão na Avenida Bom Pastor deixou um motociclista com ferimentos graves. "(...) foi submetido a tratamentos médicos (intervenções cirúrgicas, fisioterapias, etc.), com fim de corrigir as lesões sofridas. Entretanto, a melhora esperada não ocorreu, o que importou perdas funcionais dos membros lesionados", diz trecho do processo de perdas e danos.

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