Capital

Reforma de escolas da rede estadual por detentos gerou economia de R$1,2 milhão

Flávia Lima e Leonardo Rocha | 09/09/2015 11:20
Governador Reinaldo Azambuja entrega reforma de escola que utilizou mão de obra de detentos. (Foto:Chico Ribeiro)
Governador Reinaldo Azambuja entrega reforma de escola que utilizou mão de obra de detentos. (Foto:Chico Ribeiro)
Solenidade contou com a presença de profissionais e alunos da escola. (Foto:Simão Nogueira )

A reforma de quatro escolas da rede estadual, realizada por detentos do regime semi-aberto já ocasionou uma economia aos cofres públicos de R$ 1,2 milhão. A informação foi repassada na manhã desta quarta-feira (9) pelo próprio governador Reinaldo Azambuja (PSDB), durante entrega das obras de reparos feitas na Escola Estadual Professora Flavina Maria da Silva, como parte do projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, que utiliza mão de obra e dinheiro de detentos para reparos em prédios públicos.

No local trabalharam 13 detentos do Instituto Penal Agroindustrial da Gameleira que realizaram a reconstrução do calçamento do pátio, instalação de tubulações e grades de escoamento da água da chuva, além da construção de passarelas.

A escola também teve o telhado de uma sala de aula revitalizado e ganhou reformas nos banheiros e na parte elétrica e hidráulica. Azambuja explicou que a obra teve custo zero para o governo, já que os recursos vem do desconto de 10% do salário de todos os presos do semiaberto de Campo Grande que foram encaminhados ao mercado de trabalho pelo o Estado.

Esse desconto é previsto por Lei de Execução Penal (LEP) e foi regulamentada pelo juiz Albino Neto, também presente ao evento. A iniciativa do projeto é da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande e tem a parceria do Governo do Estado e da Agência Estadual de Administração do Sintema Penitenciário.

Para o juiz Albino Coimbra Neto, a parceria entre as secretarias de Educação e Segurança é fundamental para oportunizar aos detentos a reinserção social. Ele também elegiou o fato de a escola criar uma comissão ode manutenção, formada por professores e alunos que terá a missão de preservar a reforma feita. "Mais difícil do que executar a obra, é manter a reforma. Essas melhorias motivam os estudantes e profissionais", ressaltou.

O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador João Maria Lós, também destacou os benefícios das parcerias envolvidas no projeto e destacou que a iniciativa deve ser aplicada em todo o Estado. "O projeto dá uma nova perspectiva ao interno, já que ele pode continuar no mercado de trabalho e tem sua pena reduzida", afrmou.

O diretor da escola, Everaldo Monteiro, afirmou na solenidade que já existe, entre os profissionais e alunos, o cuidado de se preservar o patrimônio, evitando pichações com o apoio da Segurança Pública. Ele também destacou os investimentos do governo no sentido de investir na contratação de professores. "Aqui só temos três contratados. A maioria é efetiva", disse.

Na opinião do diretor, o trabalho dos detentos representa uma ação contra o preconceito. "Eles fizeram um trabalho digno e de respeito", concluiu. O resultado vem sendo tão positivo que outras escolas estão na fila aguardando obras de reformas através do projeto, entre elas, as localizadas nos bairros Rouxinóis e Coophavila. 

Quanto aos investimentos no setor de Educação, o governador Reinaldo Azambuja revelou que vai chamar mais 500 professores aprovados em concurso.

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