Capital

Receita Federal irá checar veracidade de doações feitas por investigados

Ricardo Campos Jr. e Aline dos Santos | 09/07/2015 18:07
João Amorim não quis falar com a imprensa ao deixar a sede da PF nesta quinta (Foto: Marcos Ermínio)
João Amorim não quis falar com a imprensa ao deixar a sede da PF nesta quinta (Foto: Marcos Ermínio)

O delegado da Receita Federal, Flávio de Barros Cunha, irá apurar a veracidade de doações feitas a candidatos e partidos políticos pelos alvos da Operação Lama Asfáltica, desencadeada nesta quinta-feira (9). Há indícios de que campanhas tenham sido usadas na lavagem do dinheiro obtido pelo esquema de superfaturamento e direcionamento de licitações.

Segundo ele, o órgão irá analisar documentação bancária para buscar a comprovação de que os valores foram realmente repassados. “Eles [investigados] declaram no Imposto de Renda, mas pode ser peça de ficção”, diz Cunha.

Pelo sistema de prestação de contas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é possível constar que a Proteco Engenharia, do empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, doou R$ 1.452.791,78 para a irmã dele, Maria Antonieta (PMDB), em 2014 e R$ 1,4 milhão para o Comitê Financeiro Único do PMDB quando Edson Giroto foi candidato a prefeito, em 2012.

Segundo a polícia, há indícios de que João Amorim esteve à frente do esquema. O empresário esteve na sede da Polícia Federal nesta tarde e não quis falar com a imprensa.

Operação Lama Asfáltica - O esquema deu prejuízo de ao menos R$ 11 milhões dos cofres públicos. De acordo com a PF, foram fiscalizados contratos de R$ 45 milhões. Ainda conforme a polícia, a organização criminosa era “especializada em desviar recursos públicos, inclusive federais”.

Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão no desenvolvimento da ação. Entre os locais visitados pelos agentes estão as casas de João Amorim, do ex-secretário de obras Edson Giroto e do ex-secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, João Antônio De Marco.

Também foram apreendidos R$ 210 mil, R$ 195 mil em cheques, US$ 100 mil e 3 mil euros, além de computadores e documentos, também foi apreendida uma obra de arte.

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