Capital

Quatro meses depois de temporal, beira do Prosa segue comprometida

Comerciantes da região estão preocupados com a falta de obras para prevenir as enchentes

Chloé Pinheiro | 20/07/2016 14:37
Trabalhadores realizam obra para conter erosão na altura da Rua José Antônio
Trabalhadores realizam obra para conter erosão na altura da Rua José Antônio

Entre as avenidas Ricardo Brandão e Fernando Corrêa da Costa, há diversos trechos do Córrego Prosa que estão comprometidos desde a madrugada de 2 de março, quando caiu uma das piores chuvas da década em Campo Grande. Em um deles, uma grande erosão que atrapalhava o trânsito na região central da cidade e arriscava a segurança dos motoristas, está sendo só agora recuperado pela Prefeitura, em uma obra que anda a passos lentos.

A obra é a montagem de um gabião, contenção para solos ameaçados feita com pedras e aramados, e deve terminar até o fim desta semana. O problema é que esse reparo apenas impede que o terreno ceda ainda mais, não previne que as enchentes ocorram. É este o medo dos comerciantes da região.

“Estou assustado porque as chuvas vão voltar e nenhuma obra foi feita neste sentido”, conta Rodrigo Rosa Ribeiro, proprietário de uma floricultura que fica na margem esquerda do córrego, próximo ao viaduto da Avenida Ceará.

Em março, o negócio foi invadido pela água e Rosa perdeu parte do estoque. Um prejuízo de R$ 10 mil.

Foi a segunda vez que o estabelecimento foi afetado pela chuva. “Não vou aguentar uma terceira vez”, diz o comerciante, que terá que agir por conta própria para impedir novos danos. A prefeitura, que havia prometido ao menos limpar a frente da floricultura, não contatou Rosa desde o incidente. 

Ele não é o único prejudicado nessa história. “O sindicato que havia aqui já se mudou e sobramos eu e a Porto Seguro (seguradora), que também foi inundada”, completa.

Cenário de descaso - A reportagem percorreu os pontos problemáticos do córrego. Na altura da Uniderp, há resquícios dos mesmos materiais usados no reparo sendo feito alguns quilômetros à frente, mas não há sinal de atividade.

Um funcionário que estava ali para realizar podas contou que a obra está parada. Montanhas de areia, pedra e aramado se acumulam neste trecho.

Por quase toda a extensão percorrida pela equipe, foi possível ver sacos de areia colocados sob a grama, que mal cresce por ali. Ainda na Ricardo Brandão, entre a Rua Rio Grande do Sul e Bahia, uma mureta cedeu completamente e há blocos de concreto soltos também desde março, além das rachaduras que parecem prestes a desmoronar tão logo comece a nova temporada de chuvas fortes.

A Prefeitura afirmou que as obras demoraram para começar porque são complexas e que já recuperou a margem esquerda do córrego (a reportagem averiguou que parte da margem segue desmoronada). A previsão para o reparo de toda a extensão danificada é de no máximo 30 dias.

Material acumulado em obra parada na altura da Uniderp (Foto: Marina Pacheco)
Trecho de concreto cedido. (Foto: Marina Pacheco)
Bloco de mais de 4 metros arrastado pela chuva em março chama atenção pelo tamanho. (Foto: Marina Pacheco)
Sacos de areia colocados para contenção do solo em gestões anteriores estão expostos. (Foto: Marina Pacheco)
Trecho desgastado do concreto que envolve o Prosa. (Foto: Marina Pacheco)
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