Capital

Protetora de animais, família pede ajuda para resgatar bichos que Marilda deixou

Marilda Marques tinha 75 anos e morreu de infarto após se assustar com a fuga de cão; família quer encontrar novo lar para animais

Paula Maciulevicius Brasil | 17/02/2021 11:54
Marilda ao lado do primo que a descreve como sendo apaixonada pelos bichos que cuidava. (Foto: Arquivo Pessoal)
Marilda ao lado do primo que a descreve como sendo apaixonada pelos bichos que cuidava. (Foto: Arquivo Pessoal)

Apaixonada pelos animais, a ponto de às vezes até levar puxão de orelha da família. Assim era a idosa que morreu na tarde de ontem, depois de infartar na rua, no Bairro José Abrão, em Campo Grande. Marilda Marques tinha 75 anos e era servidora pública municipal aposentada. 

Sem filhos ou marido, Marilda sempre morou com a mãe, que morreu oito anos atrás. Desde então, ela vivia para os animais: três cachorros e pelo menos cinco gatos, fora os que recolhia e alimentava pelas ruas.

A notícia chegou aos familiares através de um telefonema. Primo da vítima, Renan Maldonado Marques contou ao Campo Grande News que toda a família estava em Rochedo, para comemoração de um aniversário quando o telefone dele tocou. "Um primo meu viu e me ligou para falar de uma aglomeração na rua e dizendo que ela havia passado mal. Pedi para ele verificar, depois ele me ligou falando que ela já tinha perdido os sinais vitais e que estavam tentando reanimá-la", descreve.

Marilda tinha 75 anos e era aposentada. (Foto: Arquivo Pessoal)

Marilda conversava com um vizinho quando um cachorro de grande porte fugiu e ela achou que o cão fosse atacar um dos gatos que ela criava. Para defendê-lo, a aposentada chegou a pegar um pedaço de pau. No entanto, o cachorro não chegou a atacar, mas a fuga foi o suficiente para deixá-la bastante nervosa.

O vizinho com quem ela conversava entrou para dentro de casa para pegar um copa de água, e quando voltou, Marilda já estava caída. Equipes do Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foram acionadas, mas a idosa não resistiu.

"Ela nunca teve problema cardíaco, não tomava remédios e era uma pessoa bem ativa", diz o primo. 

O prazer de Marilda era cuidar dos animais em casa e também alimentar os de rua. "Desde quando ela era jovem, sempre gostou, criou periquito, papagaio e cachorro. Era o amor e o propósito da vida dela", descreve Renan. A família até puxava a orelha de Marilda porque a aposentadoria ia praticamente inteira para promover o bem-estar dos bichinhos. 

Na casa onde a aposentada morava ficaram oito animais, três cachorros e pelo menos cinco gatos. A preocupação da família é que os animais encontrem um novo lar e amor como Marilda proporcionava, e logo porque agora precisam desocupar o imóvel e entregar ao proprietário. 

Um dos gatinhos que Marilda alimentava pelas ruas do Bairro José Abrão. (Foto: Paulo Francis)

"Desde ontem estou tentando ligar no CCZ para ver como podem me ajudar ou nas ONG's, mas nenhuma pode fazer este trabalho de recolhimento", explica o primo. Os animais são ariscos e ele tem receio de colocá-los dentro do carro e ser mordido. "Não sabemos se eles foram vacinados, não temos o controle disso. Preciso de ajuda para transportá-los nem que seja para uma clínica veterinária particular", pede Renan. 

O corpo de Marilda vai ser enterrado em Rochedo, cidade 74 quilômetros distante da Capital. O primo pede para que interessados na adoção entrem em contato com ele pelo WhatsApp: 9- 9234-1353.

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