Capital

Prorrogado afastamento de guardas civis suspeitos de integrar milícia

Robert Kopetski e Rafael Vieira chegaram a ser presos sob acusação de obstrução da Justiça

Humberto Marques e Geisy Garnes | 29/07/2019 17:59
Kopetski e Vieira chegaram a ser presos sob acusação de tentar atrapalhar investigações. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Kopetski e Vieira chegaram a ser presos sob acusação de tentar atrapalhar investigações. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Foram prorrogados por mais 30 dias os afastamentos preventivos dos guardas civis municipais Robert Vitor Kopetski e Rafael Antunes Vieira, suspeitos de integrarem uma milícia descoberta durante apreensão de armas no bairro Monte Líbano, em Campo Grande, em maio deste ano, e de ameaçarem a mulher de um colega. Eles são alvos de sindicância da corporação.

As extensões dos prazos foram confirmadas pelo secretário especial de Segurança e Defesa Social da Capital, Valério Azambuja, em decretos publicados nesta segunda-feira (29) no Diário Oficial do Município. Eles foram presos em 22 de maio e afastados da corporação no dia 29 daquele mês.

O episódio é conectado à prisão do guarda municipal Marcelo Rios, investigado por ter a posse do arsenal. A mulher dele teria sofrido ameaças da dupla e também o segurança Flávio Narciso Morais da Silva, ao revelar que Rios atuava como segurança de um empresário da cidade.

Kopetski, Vieira e Silva foram alvos de pedido de prisão por parte do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, acabaram detidos em 23 de maio por suspeita de atrapalharem as investigações, mas foram soltos no dia 31 –solicitação para a reforma da decisão foi arquivada pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado em junho.

Garras – Em 19 de maio, um domingo, operação do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros) em uma casa na Rua José Luiz Pereira, no Jardim Monte Líbano, levou à descoberta de um arsenal formado por dois fuzis AK-47, quatro calibre .556, uma espingarda calibre 12, 17 pistolas, um revólver e várias munições, além de silenciadores, lunetas e bloqueadores de sinal de tornozeleiras eletrônicas.

Suspeita-se que o armamento tenha sido usado, pelo menos, em três execuções na Capital –os fuzis AK-47 têm o mesmo calibre das balas encontradas nos assassinatos do ex-chefe de segurança da Assembleia Legislativa, o subtentente Ilson Martins Figueiredo, de Orlando Silva Fernandes (o “Bomba”) e de Matheus Coutinho Xavier, filho de um capitão reformado da Polícia Militar.

Após a apreensão, os policiais civis chegaram a Rios, que acabou preso sob suspeita de participar de uma milícia –da qual os outros guardas e o motorista também seriam integrantes– e se tornou réu por posse de armas, receptação e adulteração de veículo roubado. Ele está preso no Centro de Triagem Anizio Lima e, atualmente, briga na Justiça para permanecer detido em Campo Grande.

As características dos crimes levaram o MP a defender a transferência de Rios para o presídio federal de Mossoró (RN). A defesa de Marcelo Rios argumenta falta de elementos de convicção para o relacionar à quadrilha e que a medida o deixará longe da família e da defesa, “o que parece ser o verdadeiro propósito, tanto do requerente como do Garras”, argumentam os advogados. Eles pedem que o guarda continue no Centro de Triagem.

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