Capital

Professores criam vaquinha para colocar telas em escola infestada de pombos

Iniciativa de professores é na Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles no Jardim Anahy para prevenir contaminações

Izabela Sanchez | 30/08/2019 12:29
Estudantes no pátio da Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles (Foto: Divulgação)
Estudantes no pátio da Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles (Foto: Divulgação)

Ainda que as telas estejam instaladas em boa parte da quadra de esportes na Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles, no Jardim Anahy, em Campo Grande, os pombos dão um jeito e fazem ninhos no teto. O cenário, que apresenta risco de contaminação, motivou professores a pensarem formas de arrecadar, por conta própria, o dinheiro necessário para colocar telas na cobertura.

A ideia foi criar uma vaquinha virtual, divulgada no site “vakinha.com.br”. A tentativa de juntar os recursos pede R$ 2,5 mil. Quem quiser doar pode clicar aqui.

Procurada, a direção da escola não quis se manifestar. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) também foi consultada, por meio da assessoria de imprensa, mas ainda não respondeu.

Contaminação – Em janeiro, reportagem do Campo Grande News mostrou que três escolas estão com risco de causar a doença criptococose, que ataca, especialmente, pessoas com sistema imunológico comprometido. A doença é causada por fungos do gênero Cryptococcus, que surgem nas fezes dos pombos.

Quem realizou a descoberta é biólogo e professor Dario Corrêa Junior, com orientação da professora Marilene Rodrigues Chang. A pesquisa é fruto do projeto de mestrado “Investigação de Cryptococcus no ambiente escolar em Campo Grande/MS”, no programa de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

Fezes de pombos em uma das escolas municipais onde há a presença do fungo (Foto: Divulgação)

Em razão do termo de sigilo, Dario não pode revelar o nome das escolas, mas afirma que as unidades estão no centro e na região do segredo. Para identificar o problema, ele analisou o ambiente de 85 escolas. O número excessivo de pombos, explica, ocorre em ao menos 60 colégios municipais.

Ainda em janeiro, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) sancionou a Lei 345/2019, que altera o Código Sanitário de Campo Grande, criado em 2009. A partir de agora, está proibido manter abrigo ou alimentar pombos. Além disso, prédios públicos ou particulares deverão controlar a proliferação e desocupar áreas que servem de moradia para as aves.

Ainda assim, a lei não impede que o problema se alastre em hospitais, a exemplo do HR (Hospital Regional). Até a conclusão da matéria, a vaquinha lançada nesta sexta-feira (30) já havia arrecadado R$ 250.

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