Capital

Professores ameaçam parar Instituto Mirim, em protesto contra diretoria

Ângela Kempfer e Flávia Lima | 20/03/2015 11:17
Protesto na manhã de hoje no Horto Florestal. (Foto: Marcelo Calazans)
Protesto na manhã de hoje no Horto Florestal. (Foto: Marcelo Calazans)

Dos 26 professores do Instituto Mirim de Campo Grande, 16 fazem protesto no Horto Florestal pedindo a saída da presidente da entidade, Mozania Ferreira Campos, que ocupa o posto desde a administração de Alcides Bernal (PP).

A informação é de que todos os funcionários devem parar a partir das 12 horas, por tempo indeterminado, deixando cerca de mil adolescentes sem aulas a partir de hoje. O grupo alega perseguição e garante que, inclusive, foram instaladas câmeras para monitorar os trabalhadores dentro das instalações do Instituto.

Havia um acordo com o MPE (Ministério Público Estadual) para eleições de novo presidente em 15 de abril, mas os professores não querem esperar. Segundo eles, Mozania tem reforçado o número de aliados para garantir vitória no próximo mês.

A escolha será feita por conselho formado por funcionários e comunidade. Mas segundo os manifestantes, para atingir maioria de votos, a presidente indicou pessoas, sem aprovação prévia.

A professora Edir Monteiro, porta-voz do grupo, diz não ter dúvidas da perseguição e acusa a presidente atual de indicar “100 pessoas, no prazo de duas semanas, para garantir a permanência dela, mesmo sem submeter os nomes à assembleia”.

Outra denúncia é de que alguns membros indicados pelo prefeito Gilmar Olarte (PP), que fazem oposição a Mozania foram excluídos do conselho, de forma arbitraria.

Para participar, eles precisam estar na lista de colaboradores, com contribuição mensal em dinheiro ao Instituto. Mas alegam que desde o ano passado, a presidência parou de emitir boletos de pagamento e, após 3 meses, fez a exclusão de opositores, que perderam assim o direito de voto nas eleições de abril.

A professora Mônica Pinheiro conta que foi associada por mais de 3 anos, mas desde o final de 2014 deixou de receber boleto. “Sempre que a gente procurava, diziam que não precisava mais contribuir. Só consegui o boleto, porque eu mesmo corri atrás para continuar pagar”, relata.

O assessor jurídico do Instituto, Wilton Acosta, acompanha a manifestação e tentou argumentar para a volta ao trabalho, garantindo que haverá troca de poder. Como a resposta foi negativa, avisou que o grupo pode ser punido. “Todo o grupo pode ser demitido e outros contratados”, alertou.

Apesar da ameaça, os manifestantes dizem que só vão deixar o local e retomar as atividades depois de uma conversa com o secretário de Administração de Campo Grande, Wilson do Prado.

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