Processada por criar #vemcomigodandogloria, pastora diz que ação é cala-te boca
Além de pastora, missionária da Assembleia de Deus também foi processada e diz que só quer saída dele da presidência da igreja
“Isso é represália, um cala-te boca, está nos punindo para servir de exemplo”, disse a pastora Maria Izabel Rodrigues, em resposta ao processo movido pelo pastor Antonio Dionizio da Silva, 70 anos, líder da ADM (Assembleia de Deus Missões), de Campo Grande.
Maria Izabel e a missionária Raimunda Faria da Ponte Neta de Lima, conhecida na igreja como Branca Farias, são alvo de processo que inclui, ainda, o site www.conttei.com.br e o Facebook, relacionados a publicações que tratam da separação do pastor e o suposto adultério, situações que ficaram evidenciadas após publicação de vídeo, em que ele daria tapinhas na bunda de ex-funcionária da igreja, Gleicy Motta. Ela, aliás, seria a atual mulher dele, união que não é confirmada oficialmente pelos envolvidos à imprensa.
A reportagem conversou com a pastora Maria Izabel e com a missionária Branca Farias, que mantêm o que foi dito nos vídeos divulgados em suas respectivas páginas no Facebook, no dia 5 de janeiro. (Veja vídeos abaixo). As duas pedem a saída em definitivo do pastor da liderança da ADM, por conta do comportamento considerado vergonhoso e que expôs a igreja.
Maria Izabel foi ungida a pastora pelas mãos de Antônio Dionizio. Fez parte da ADM por 20 anos e, após divergências relacionadas ao ministério, saiu há 5 anos. Atualmente, faz pregações em casa e tem projeto social no Jardim Noroeste, onde pretende abrir sua própria igreja.
Mesmo não sendo mais membro a ADM, disse que se sente no direito de opinar sobre o caso por ser uma “embaixadora do evangelho”. Maria Izabel diz que os pastores e ministros tem o dever de levar a palavra de Deus. “A Bíblia abomina o adultério, aquele que se casar com adúltero, será sempre adúltero”, afirma. Por isso, defende a saída definida do pastor da liderança da igreja em vídeo que foi postado no dia 5 de janeiro, sob a #vemcomigodandogloria.
A pastora critica o tratamento desigual em que o caso é tratado, por se tratar da hierarquia máxima da ADM. “Pau que bate em Chico também tem que bater em Francisco”. Por isso, diz que o processo é foram de tentar calar qualquer levante contra o pastor. “Isso é inédito, uma pessoa levantar a voz e fazer a denúncia do jeito que eu fiz, não existe. Para ele é demais alguém levantar o seu soberano nome”, avalia.
Dionizio já perdeu, em definitivo, a presidência da Conadems (Convenção dos Ministros das Assembleias no Estado de Mato Grosso do Sul), após eleição ocorrida no dia 12 de dezembro. Corre o risco de perder a presidência da ADM, em eleição prevista para dia 28 de dezembro.
Branca Farias disse que não se opõem ao casamento do pastor que, segundo ela, foi realizado, sendo de conhecimento de todos na igreja. Porém, é contra a permanência dele na igreja por conta do escândalo que envolveu a família dele e a ADM, que virou notícia em vários sites gospel. “Ele tem direito de se casar, tudo bem, só não tem direito de escandalizar o evangelho”, disse. No vídeo, também condena quem apoiar o novo casal. “Nosso problema não é a vida do pastor, não queremos nada que lembre a administração passada”.
A missionária ainda é membro da ADM e, no vídeo divulgado no dia 5 de janeiro, faz campanha para que ele saia da igreja. “Nossa luta é que saia jubilado, de cabeça erguida, já vez o que tinha que fazer e vá embora, vai viver, vá curtir sua namoradinha, sua esposa”.
A ação – O pastor Antônio Dionizio entrou com ação de obrigação de fazer, com tutela antecipada, pedindo que o Facebook retire os vídeos divulgados pelas duas mulheres e que o site conttei.com.br também apague as publicações. Também pede a retratação da pastora e da missionária pelo que foi dito.
Em caráter liminar, a Justiça de Campo Grande não determinou a retirada das publicações, mas mandou que os envolvidos sejam oficiadas para responder em prazo de 15 dias.
A reportagem entrou em contato com o pastor Antonio Dionizio sobre o processo, mas ele não respondeu ao questionamento.