Capital

Primeiros mosquitos da dengue com bactéria do bem devem ser soltos em setembro

Biofábrica dos animais deve produzir meio milhão de Aedes Aegyptys com Wolbachia por semana

Lucia Morel | 09/06/2020 18:06
Obras começaram hoje em biofábrica e devem ficar prontas em agosto. (Foto: Divulgação Prefeitura)
Obras começaram hoje em biofábrica e devem ficar prontas em agosto. (Foto: Divulgação Prefeitura)

A partir de setembro, a soltura dos primeiros exemplares do mosquito Aedes Aegypty com a bactéria Wolbachia presente nele devem acontecer. Obra de construção da biofábrica começou hoje e deve terminar até agosto e um mês depois a liberação dos insetos deve acontecer.

Erguida ao lado do Lacen (Laboratório Central do Mato Grosso do Sul), na Vila Ipiranga, a biofábrica abrigará salas para a produção dos mosquitos com a Wolbachia, bactéria que quando presente nos animais, os impedem de desenvolver os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela.

Pretende-se, a partir do início da produção, se alcançar um milhão e meio de mosquitos com Wolbachia produzidos na cidade por semana. “Essa produção irá atender o município de Campo Grande e também as pesquisas que são feitas para manutenção da colônia e viabilidade do Método Wolbachia”, destaca o líder do Método Wolbachia no Brasil, Luciano Moreira.

Ele ainda ressalta que “é importante é lembrarmos que as liberações de Aedes com Wolbachia são temporárias, pois os próprios mosquitos começaram a se reproduzir promovendo seu estabelecimento e reduzindo a transmissão de dengue, Zika e chikungunya”.

As liberações de mosquitos com Wolbachia ocorrerão em seis fases. Cada etapa de liberação dura cerca de 16 a 20 semanas. Os primeiros bairros a receber a iniciativa global são: Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado.

O Método Wolbachia será implementado em toda a área urbana de Campo Grande (MS) em cerca de três anos.  

Bactéria – A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.

Uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia.


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