Capital

Primeiro júri digital do País gera economia de 2,1 mil folhas de papel

Nadyenka Castro | 02/09/2011 11:00

Julgamento é de processo com 301 páginas que agora estão digitalizadas. Em vez de receberem a papelada, jurados têm nas mãos um notebook

Cada um dos jurados recebeu um notebook. Informações também eram mostradas no projetor. (Foto: João Garrigó)
Cada um dos jurados recebeu um notebook. Informações também eram mostradas no projetor. (Foto: João Garrigó)

Realizado nesta sexta-feira no Plenário do Tribunal do Júri do Fórum de Campo Grande, o primeiro júri popular totalmente digital do País já começa com saldo positivo: economia de pelo menos 2,1 mil páginas de papel.

“Como o processo tem 301 páginas e cada jurado recebe uma cópia você multiplica por sete a economia com o papel”, disse o juiz responsável pela iniciativa inédita no Brasil, Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Há ações penais bem maiores do que esta em pauta hoje, a qual dá início aos júris digitais.

O magistrado lembra ainda que com a digitalização das informações há também menos gastos com energia, tinta e ainda menos dano ambiental, pois as folhas iriam, em algum momento, parar no lixo.

Além disso, em vez de ser levado ao plenário pilhas de papel, vão apenas os equipamentos: sete para os jurados (um para cada) e os utilizados pela equipe do cartório. Advogados e promotores de Justiça levam os seus notebooks particulares.

Segundo Aluízio, o investimento do Poder Judiciário foi entre R$ 7 e R$ 8 mil. Além de ler o processo pelo notebook, o júri popular também tem a disposição o projetor de imagens.

O magistrado explica que na hora de selecionar as pessoas que vão compor o Conselho de Sentença é verificado se a mesma tem algum de conhecimento em informática. Servidores do judiciário ficam à disposição em caso de algum problema técnico, como aconteceu nesta manhã com um dos equipamentos.

Aluízio explica que o júri de hoje “ é o ponta pé inicial” e onde serão verificadas as falhas. O promotor de Justiça Douglas Oldegardo, explica que o MPE (Ministério Público Estadual) já utilizava os recursos audiovisuais e considera uma boa iniciativa do judiciário.

Para ele, a questão agora é não desviar o foco da questão. “O júri tem coisas a mais do que somente a tecnologia”, disse referindo a todos os ‘atos’ que são realizados no júri popular, como as explanações da defesa e da acusação, essenciais para o veredito do Conselho de Sentença.

Conforme o andamento do júri, as informação vão sendo disponibilizadas na internet, através do site do Tribunal de Justiça. A sentença, após lida em plenário, é disponibilizada na rede mundial de computadores.

A diferença entre o júri virtual e o digital, é que neste último todas as partes estão presentes no mesmo local e as informações disponibilizadas em computador.

Julgamento- É julgado nesta sexta-feira Denner Souza Ruiz, acusado do assassinato de Rafael Silva de Almeida, 22 anos, no dia 9 de janeiro deste ano, no bairro Coronel Antonino.

Em interrogatório, ele confessou o assassinato, mas disse que o fez porque pensou que seria morto por Rafael, com quem tinha desavenças.

Denner declarou que era ameaçado de morte por Rafael e quando o viu com a mão no bolso, pensou que a vítima iria atirar e por isso fez o disparo.”Não foi intenção de matar. Foi intenção medo”, falou o réu.

Cada jurado com um notebook. Funcionários do Judiciário e MPE também. (Foto: João Garrigó)
Denner confessou que matou Rafael com um tiro. (Foto: João Garrigó)
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