Capital

Pressionado pelo MPE, Bernal amplia “3º turno” para aliviar falta de leitos

Lidiane Kober | 03/12/2013 17:55

Pressionado pelo MPE (Ministério Público Estadual), o prefeito Alcides Bernal (PP) decidiu levar o Programa “3º Turno” à Santa Casa para tentar aliviar a falta de leitos hospitalares. Amanhã (4), acaba o prazo dado à prefeitura pela promotora de Justiça de Saúde, Filomena Aparecida Depólito, para solucionar o problema na Capital.

De acordo com o presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, na semana passada, o “staff” da secretaria municipal de Saúde foi ao hospital para discutir medidas a fim de abrir mais leitos em Campo Grande e tentar minimizar a superlotação nas instituições de saúde.

“A prefeitura anunciou a criação do 3º turno na Santa Casa, vamos imobilizar pacientes, mandar para casa, com data de retorno, a fim de realizar os procedimentos cirúrgicos em três mutirões, previstos por semana”, relatou Teslenco.

O programa começou a ser realizado ontem (2) no hospital. De acordo com a assessoria de imprensa da Santa Casa, 11 pacientes foram para casa e retornarão na semana que vem para efetivar a cirurgia.

Para Teslenco, a medida vai “aliviar a demanda”. “Hoje, o nosso grande problema são os pacientes que ficam a espera da cirurgia, eles acabam ocupando leitos que poderiam estar abertos para outros”, explicou. Só ontem, por exemplo, 37 pessoas estavam à espera de cirurgia. Hoje, a fila é de 33 pacientes.

Mortes – No último sábado (30), a falta de CTI (Centro de Tratamento Intensivo) rendeu mais uma morte em Campo Grande. Creonilda Coelho de Lima, 45 anos, ficou quatro dias no posto de saúde do Bairro Coophavila à espera de um leito. De acordo com o laudo médico, a morte foi causada por pneumonia e tuberculose.

O caso não é o primeiro e, por isso, a promotora de Justiça de Saúde deu, dia 20 de novembro, 10 dias para o prefeito e o secretário municipal de Saúde, Ivandro Corrêa Fonseca, solucionarem a falta de leitos hospitalares pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O objetivo é acabar com o caos no sistema de emergência, que está obrigando a rede pública a improvisar UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) nos postos de saúde.

Segundo a promotora, a superlotação dos estabelecimentos hospitalares e a falta de leitos, normais e nas UTIs, impossibilita a prestação de serviços de urgência e emergência, colocando em risco a vida dos pacientes.

Questionada se a prefeitura antecipou uma solução para o problema, a assessoria de imprensa do MPE informou que a promotora só irá se manifestar sobre o caso após o encerramento do prazo, nesta quarta-feira. A assessoria de imprensa da secretaria de Saúde, por sua vez, respondeu que a “Sesau está finalizando o documento que será encaminhado ao Ministério Público - ainda está dentro do prazo”.

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