Capital

Presos por desmanche de motos dizem que empresas compravam peças furtadas

Fabiano Arruda e Paula Vitorino | 23/09/2011 10:44

Dois jovens e um adolescente faziam parte do esquema, que funcionava há dois meses

Jovens tocavam esquema em residência no Jardim Itamaracá em Campo Grande. (Foto: João Garrigó)
Jovens tocavam esquema em residência no Jardim Itamaracá em Campo Grande. (Foto: João Garrigó)

Dois jovens de 20 anos e um adolescente de 16, flagrados num desmanche de motocicletas no bairro Jardim Itamaracá em Campo Grande, afirmaram nesta sexta-feira, na Defurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos), que grandes empresas do setor procuraram o esquema para compra de peças.

Edson Teixeira da Silva e Douglas Soares Rocha, conhecido como “sapo”, além do adolescente, atuavam no furto, desmanche e revenda de peças e nos últimos 30 dias vinham sendo monitorados pela Polícia.

Por meio de denúncia anônima, os policiais chegaram à residência no Jardim Itamaracá na manhã de terça-feira. A casa pertence à família de Edson. Na abordagem, a mãe do rapaz indicou que eles eram responsáveis pelo esquema, que teria desmanchado mais de dez motos no período.

Na casa, os policiais encontraram peças de motocicletas, como tanque e quadro, escondidos numa fossa sanitária.

O delegado da Defurv, Cláudio Martins, acredita que o trio não tinha funções definidas. Todos atuavam tanto no furto, desmanche e revenda.

Polícia encontra quadro de motos desmanchadas pelo trio.

Sobre a informação de que empresas comprariam as peças, o delegado disse não ter identificação dos estabelecimentos, mas que irá apurar o caso.

Entre os detidos, Edson, que não tinha passagem pela Polícia, afirmou que é mecânico de motocicletas e que entrou no esquema para ganhar dinheiro.

Já Douglas tem passagens por furto, roubo e violação de domicílio. Ele confessou que entrou para a vida de delitos desde os 15 anos. “O crime é minha vida”, disse, com certo orgulho.

O esquema teria começado há dois meses. Eles revelaram que faturavam média de R$ 500 na venda de peças e que escolhiam furtar motos estacionadas nas vias públicas com modelos mais “rentáveis” para comercialização.

A dupla, que está presa na Defurv, foi indiciada por furto qualificado, corrupção de menores e adulteração de identificação de veículo.

O adolescente, que não foi apreendido, responderá por furto e adulteração de identificação de veículo.

Nos siga no