Capital

Preso há 8 meses, lutador que matou hóspede tem 3ª derrota na Justiça

Luana Rodrigues | 09/12/2015 11:07
Rafael responde pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, lesão corporal em situação de violência doméstica, delito de dano no estabelecimento hoteleiro e resistência à prisão. (Foto: Arquivo/marcos Ermínio)
Rafael responde pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, lesão corporal em situação de violência doméstica, delito de dano no estabelecimento hoteleiro e resistência à prisão. (Foto: Arquivo/marcos Ermínio)

O TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou mais um pedido de liberdade ao lutador Rafael Martinelli Queiroz, 27 anos. Ele está preso desde 19 de abril de 2015 por espancar até a morte o engenheiro Paulo Cézar de Oliveira, 49 anos, no Hotel Vale Verde, em Campo Grande.

Desta vez o pedido era de liberdade provisória, mas em junho deste ano, a defesa do lutador já havia pedido a liberdade dele por meio de habeas corpus, e depois novamente em agosto, durante  a primeira audiência do caso,  mas os dois pedidos também foram negado. Por enquanto, a Justiça aguarda o depoimento da ex-namorada de Rafael, Carla Dias Medeiros, que será prestado em Valparaíso(SP), para só depois decidir se vai levá-lo a júri. 

Na época em que foi negado o segundo pedido de liberdade ao acusado, a defesa disse que iria recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ),  em relação ao pedido de habeas corpus negado em junho.

Hoje Campo Grande News tentou falar com a defesa do acusado, no entanto uma das advogadas se negou a prestar informações, já o outro advogado não atendeu às ligações.

Relembre o caso - Rafael, que é de Valparaíso (SP), veio a Campo Grande para participar de um evento de lutas realizado no Círculo Militar. Porém, não competiu na noite de sábado (18 de abril de 2015), como era previsto, e foi para o hotel, na avenida Afonso Pena, por volta das 22h.

O lutador foi até o quarto 221, onde estava hospedado com a namorada de 24 anos, quando teve início uma discussão envolvendo traição. Ele bateu na mulher que, amedrontada, fugiu pelos corredores e pediu socorro na recepção.

Ao sair enfurecido do quarto , Rafael destruiu tudo o que encontrou pela frente, até se deparar com Paulo Cézar, que havia acabado de abrir a porta de seu apartamento, o 216, para ver o que estava acontecendo.

A vítima, que era de Batatais (São Paulo), foi espancada até a morte. Rafael tem quase dois metros de altura, pesa 140 kg e é lutador profissional. Já Paulo pesava cerca de 70 quilos e tinha 1,68 metro de altura.

Ao negar o habeas corpus em junho, o relator do processo na 2ª Câmara Criminal, desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques, lembrou a brutalidade do crime, já destacada pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, que converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva: “extrema brutalidade, contra um desconhecido. Neste caso, a prisão é justificada pela garantia da ordem pública."

Também foi citada a necessidade de realizar uma operação especial para remover o preso até o Garras (Grupo Armado de Resgate e Repressão a Assaltos e Sequestros). “No mais, ressalto que a segregação preventiva decretada não ostenta qualquer excessividade ou desproporcionalidade, de forma que não se faz justificável a sua substituição por qualquer das medidas cautelares, principalmente em razão da gravidade emanada do delito penal praticado pelo paciente”, afirmou o relator.

Rafael responde pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, lesão corporal em situação de violência doméstica, delito de dano no estabelecimento hoteleiro e resistência à prisão. 

 

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