Capital

Prefeitura aposta em grafite para conter pixações na Orla Morena

Jorge Almoas | 23/12/2010 18:17
Mareco substitui a pixação pela sua arte (Foto: João Garrigó)
Mareco substitui a pixação pela sua arte (Foto: João Garrigó)

Antes, o cinza do concreto. Depois, a tinta preta das pixações. E agora o colorido da arte do grafite. Os espaços de uso comum da Orla Morena ganham forma de “quadros ao ar livre”, para que os grafiteiros cubram as pixações e dêem novo visual para a recém-inaugurada obra da Prefeitura de Campo Grande.

Na tarde desta quinta-feira, uma dupla de grafiteiros fazia sua arte enquanto grupos de adolescentes e crianças deslizavam nos skates pelas pistas que ainda vão ser inauguradas oficialmente na noite de hoje.

Junior, de 23 anos, e Rafael Mareco, de 18 anos, usavam tintas e sprays para pintar rostos, meninos de skates e as letras que identificam essa arte de rua.

“Cada pintura tem a assinatura do artista, que a gente chama de tag. Diferente da pixação, onde o ‘cara’ pixa para marcar território, o grafite é uma expressão de arte, marcada pelo colorido e por uma estética própria”, explica Junior.

O estudante de artes Rafael Mareco desenhava o rosto de uma menina sem a boca. Ao lado, um balão com um coração dentro. “Se prestar atenção, vai entender que ela quer falar com o coração”, conta Mareco.

Mesmo com a nova “galeria” na Orla Morena, a pixação ainda domina o cenário no bairro Cabreuva. No muro da escola estadual Maria Constança de Barros Machado, uma das mais tradicionais de Campo Grande, as marcas do vandalismo ocupam o muro branco.

“É só a prefeitura liberar que a gente chama todo mundo e cobre esse branco com arte”, garante Junior, que não consegue viver do seu talento como grafiteiro. “Enfrento a madrugada em uma empresa de monitoramento de alarme. To virado desde ontem, mas queria terminar meu trabalho”, conta orgulhoso.

A prefeitura inaugura daqui a pouco, em solenidade oficial, a Orla Morena.

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