Capital

Prefeito estuda permuta com igreja para ampliar área no Jardim Noroeste

Aline dos Santos e Kleber Clajus | 16/01/2015 12:27
Olarte votou em eleição e  disse que está "afinado" com igreja. (Foto: Kleber Clajus)
Olarte votou em eleição e disse que está "afinado" com igreja. (Foto: Kleber Clajus)

A prefeitura de Campo Grande pode fazer permuta de áreas com a igreja católica para garantir mais terrenos no Jardim Noroeste, na saída para Três Lagoas.

O bairro, que vai receber a favela Cidade de Deus, atualmente localizada no Dom Antônio Barbosa, vai precisar de reforço na infraestrutura. Segundo o prefeito Gilmar Olarte (PP), as áreas permutadas receberiam praças, locais para esporte ou mesmo habitação.

Segundo ele, a negociação com a arquidiocese começou após visita do bispo Dom Dimas e representantes da área de assistência social, que solicitaram ao prefeito que os convênios sejam pagos em dia. “Estamos afinados com a igreja católica. Para, inclusive, permutar áreas, quarteirões no Noroeste”, diz Olarte, que é pastor evangélico.

O prefeito não disse que áreas seriam repassadas à arquidiocese em troca dos terrenos no Jardim Noroeste.

Prevista para ontem, a mudança das 240 famílias foi adiada à espera de reforço policial. Nesta sexta-feira, o prefeito afirmou que a estrutura está pronta para os novos moradores. “A justiça que segurou [a transferência]. Já fui lá inspecionei ao local, fui à UBSF do Noroeste”, diz, após votar na eleição da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). 

A Unidade Básica de Saúde da Família terá reforço de uma nova equipe, composta por médico, enfermeiro, odontólogo, auxiliar de dentista, dois técnicos de enfermagem e seis agentes de saúde.

Conforme Olarte, a prefeitura aguarda resposta da PM (Polícia Militar) para fazer a mudança. A transferência da favela Cidade de Deus foi definida pela justiça em 5 de dezembro de 2014. A distância entre os dois bairros é de 25 quilômetros.

Disputa - A mudança também resultou em desapropriações no Jardim Noroeste. No dia 30 de dezembro do ano passado, o aposentado Arthur Altounian obteve na justiça a reintegração de posse. Ele denunciou que a prefeitura invadiu área particular.

No dia 7 de janeiro, a administração municipal desapropriou a área de 4,8 mil metros quadrados e a defesa do aposentado prometeu recorrer da decisão. Nesta semana, mais seis lotes foram desapropriados.

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