Capital

Prefeito descarta passaporte vacinal e critica "faltosos"

Marquinhos diz que passaporte será exigido em eventos da prefeitura: "De resto, só posso recomendar"

Silvia Frias e Cleber Gellio | 30/11/2021 10:44
Reunião esta manhã, no gabinete, discutiu medidas de segurança contra covid. (Foto: Paulo Francis)
Reunião esta manhã, no gabinete, discutiu medidas de segurança contra covid. (Foto: Paulo Francis)

A prefeitura de Campo Grande ratificou decisão de não exigir passaporte vacinal em eventos particulares, mas apenas a recomendação da medida. Segundo o prefeito Marquinhos Trad (PSD), como medidas de biossegurança, serão adotadas fiscalizações no aeroporto e rodoviária, além do cancelamento do Réveillon e Carnaval 2022. 

Embora tenha considerado a “situação gravosa”, com base nas recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e citado as medidas tomadas por países da Europa – que adotaram passaporte vacinal – Trad disse que não pode fazer o mesmo em Campo Grande. 

Índice de pessoas que deixaram de se vacinar na Capital. (Foto: Paulo Francis)

“Eu não posso exigir das empresas, mas orientar”, justificou Trad em reunião esta manhã, no gabinete, com membros do Ciev (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde). 

O prefeito disse que os promotores de eventos que exigirem a vacinação completa podem estar em vantagem. “Se eu tivesse que escolher entre dois eventos, um que exija o passaporte, outro que não exija, eu levaria minha esposa e minhas filhas no que que exige”, disse Trad.

Nos eventos particulares, mantêm-se as medidas de biossegurança já exigidas: limite máximo de público, distanciamento e uso obrigatório de máscara de proteção individual. 

O prefeito reforçou que o passaporte vacinal será exigido em eventos públicos, como nos shows previstos no Natal. Medidas de biossegurança para os eventos preveem a distribuição dos ingressos duas horas antes do início, como forma de evitar aglomeração. 

Além disso, dos 1 mil ingressos previstos, 500 serão dados a alunos das escolas municipais e, por isso, apenas a metade estará disponível ao público em geral no dia do evento.

Prefeito critica "comodismo" dos que não foram se vacinar. (Foto: Paulo Francis)

Comodismo - Durante a reunião, a superintendente de Vigilância Sanitária da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Veruska Lahdo, apresentou dados sobre a vacinação em Campo Grande e o número de pessoas que não tomaram as doses. 

Os faltantes da 1ª dose com idade de 12 anos ou mais chegam a 35.395 pessoas. Da 2ª dose, são 60.873 pessoas e, da dose de reforço que já poderiam ter tomado, 24.274 pessoas.

“A nossa comunidade está num comodismo preocupante, 10% dos que tomaram a 1ª dose não retornaram para a 2ª”, criticou o prefeito, acrescentando que a estrutura de imunização conta com mais de 70 unidades de saúde, drives e ações itinerantes. “Mesmo assim, as pessoas não vacinam”.

De acordo com dados apresentados na reunião, Campo Grande registra de 2 a 4 mortes por semana. A cada 100 coletas para exame, 8 são positivas para covid-19. Dos 358 leitos de UTI disponíveis, 168 estão ocupados para pacientes de covid e outras doenças.

Ômicron – Veruska Lahdo disse que está sendo feito monitoramento, em comunicação dos Cievs de todo o País para mapear a possível entrada da nova variante do coronavírus, que emitiu alerta mundial. A varredura começa por São Paulo, por ser estado com voos diretos para Campo Grande. Até agora, há caso suspeito de brasileiro que voltou da África do Sul. 

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